sábado, 26 de novembro de 2011


Acabando a semana que começei de forma otimista, acordando cedo na segunda e indo para a academia, voltando para fazer os meus trabalhos. Eu me vesti de força para encarar a semana, por algum motivo achava que precisaria encarar a vida de outra forma, e por impulso começei há cinco dias atrás. Eu havia chorado muito no domingo ao telefone com a minha mãe. Falei a ela do quanto me cortava o coração ver a minha tia, padecendo com o câncer. Ela chorou junto comigo do outro lado da linha. Falei para ela que iria na segunda, ou na terça , visita-la de novo. Ultimamente eu ia lá com frenquência, e voltava sempre mal.
Na tarde de segunda, eu tinha uma reunião as 16h, e neste horário eu ainda estava em casa, liguei dizendo que chegaria atrasado, uma vontade grande de não ir, mas pensei: não vou resolver logo todos os assuntos que tenho para resolver. E pela manhã irei visitar a minha tia. Não deu tempo! Eu não tive tempo de vê-la viva uma última vez.
Nossa, se eu pudesse voltar ao tempo, eu sinto tanto não ter ido na segunda, por que justo naquele dia eu não escutei a minha intuição? Coisa que eu tanto prezo. 
Passei a semana nem sei como, todas as tardes ela me faz tanta falta.
Ela dizia todas as noites: Maria, eu não quero morrer! Eu não posso morrer. Eu quero passar o natal na minha casa com a minha familia. Quando eu a vi pela ultima vez, eu sabia que ela jamais voltaria na casa dela (ela estava na casa da minha avó para ser melhor cuidada. E Maria é uma prima, ela também é como uma mãe para mim, foi ela quem me criou, junto com a minha avó, e a minha tia, enquanto a minha mãe trabalhava fora. Eu só via a minha mãe a noite, e nos fins de semana. Tive várias mães, todas muito carinhosas e muito presentes).

"Cada vez mais a minha idéia de amor estar ligada a minha idéia de morte. As pessoas que eu amo estão morrendo, ou me matanto de alguma forma. Viver é se despedir constantemente, quanto mais vivemos mais nos despedimos".
É isso, não tenho mais a dizer. Não quero escrever um belo texto sobre a ida da minha tia, não quero ser poeta, não quero ser cool, não quero nada. 

O mundo ficou mais feio, mais duro, sem a doçura da Tia Fátima.


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