domingo, 31 de outubro de 2010

E agora como ficamos?


Eu não poderia deixar de postar aqui esse texto que fala exatamente o que penso do Presidente Lula, um homem que considero admirável. Segue texto do economista e professor da UFRJ Pedro Lima (muito obrigado professor, por suas sábias palavras).


Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsas para pobres em escolas particulares].
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de janeiro de 2010], e não quebrou a previdência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG-Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta].
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos].
Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com George Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Barack Obama. Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador;.. é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor-Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...]e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio Sam lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da [maior] mudança geopolítica das Américas [na história].
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada;.. é bem melhor que todos os outros...!


sábado, 30 de outubro de 2010

São exatamente 5:00h da manhã, em Fortaleza o dia clareia muito cedo. Acabei de chegar, estou um pouco bêbado, bebi todas as caipirinhas do mundo. Ontem à noite eu e Wila nos encontramos com o nosso amor, o homem que amamos. Finalmente depois de cinco meses nos vemos. Parece que nunca estivemos separados, incrível a nossa intimidade, nossa afinidade, e a nossa capacidade de falar besteiras juntos, falamos sobretudo de arte, e de nós. Ela estar linda, pele de pêssego, olhos puxados radiantes, um generoso decote acomoda o seu colo perfeito de bailarina, saltos altíssimos sustentam suas pernas de pin-up. Ele não deixa por menos, lindo, e parece ter se vestido pra mim (pra nós), a blusa polo verde, o cabelo bem cortado, a calça jeans escura sem nenhuma informação, exatamente como eu o ensinei, sobe na moto como um macho viril-urbano e ao mesmo tempo delicado. Fiquei o observando enquanto ele falava, observando ele nos observando, como são lindos!!! Nossa será que eu também sou assim? rsrsrs. Todo mundo chega e fala que eu e Wila somos o casal mais lindo dessa cidade...e o que diriam se soubessem que poderíamos ser três? Eu os amo profundamente e ternamente. Pedimos capuccinos com tapiocas com carne do sol e queijo, os três. Agora eu não sei...será que serão mais cinco meses sem vê-lo? Nossa, cheguei em casa e acabei de tomar banho, no fim...um choro de bêbado, quando bebemos sempre acabamos falando, ou deixando escapar o que de fato anda guardado. São 09:13h da manhã, estou indo a palestra da Eleonora Fabião: Modos de Pertencer e Criar Mundo. Não vou tirar nenhuma vírgula do texto acima, passei apenas para deixar uma música do Caetano.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hoje não foi um dos melhores dias, acordei com mil planos, não fiz nada!
Não fui à academia, não fiquei na net, um barulho do inferno pela manhã me impediu de estudar, lendo um livro que preciso ficar sozinho pra entender melhor. Não escrevi nenhum texto inspirado, ou inspirador, então fiquei com um humor daqueles, acho que a tarde eu podia morder alguém, reclamei de tudo, da cidade, do calor infernal que faz aqui, da política (a Dilma veio fazer comício no coração de Fortaleza, resultado, a Praça do Ferreira destruída, que tristeza e que vergonha), do barulho, da religião... nossa como fico irritado quando não sou produtivo, ou quando não tenho privacidade, me senti completamente sem privacidade hoje, pensei até em entrar no banheiro e estudar lá...
Enfim acabando o dia, eu espero que amanhã possa ser feito algo de fato, pois tenho muitas tarefas pendentes.
Estou em um momento muito silencioso e gostaria muito de ter silêncio em minha volta também.

Só água mesmo pra relaxar...


Feitas em Belo Horizonte pela amiga curitibana Michelle Moura, que por sinal está em Fortaleza esses dias.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Como ter a força de estar à altura de sua própria fraqueza, ao invés de permanecer na fraqueza de cultivar apenas a força (Peter Pelbart).


Vista do meu antigo lar ao enterdecer, da saudade ficou apenas o balançar da palmeira imperial.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O branco é muito violento,
é onde se pode tudo, onde não há nada.
O branco é tão violento quanto o silêncio,
pois me faz lembrar "O Ensaio Sobre a Cegueira"
de José Saramago.
Mas tanto o branco quanto o silêncio são
necessários para que algo possa enfim acontecer.


* É mais ou menos assim, um trecho do espetáculo que vi ontem,
"Justo uma Imagem" dos queridos Denise Stutz e Felipe Ribeiro,
um trabalho violentamente íntimo e delicado.
Também me senti violentado pela falta de educação
da platéia.

sábado, 23 de outubro de 2010

É assim que se faz Yoga!

Feitas em outubro de 2007, nos intervalos das viagens de filmagens do filme Siri-Ará, de Rosember Cariry.
Eu estava bem diferente de como estou hoje (cabelos ruivos, sobrancelhas loiras platinadas e depilado, coisa que desprezo em um homem),  mas ainda hoje uso essas "assanas" para relaxar.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Queridos,

Mais uma vez ando ausente aqui, minha vida tá uma correria, quando chego tarde da noite só penso em dormir.
A Bienal Internacional de Dança do Ceará tá bombando, ótima programação, seminários incríveis, e encontros mais que especiais, todo mundo tá aqui, todo o Brasil, e parte do mundo dentro da minha Fortaleza. Bacana mesmo a curadoria dessa edição e a parte de formação.
Ontem comprei um livro de uma mulher incrível, eu já estava ficando puto com ela, porque cada fala dela, eu tinha que recorrer ao meu caderno de anotações. O livro se chama "Homo Deletabilis - Corpo, percepção, esquecimento do século XIX ao XXI", e a autora é Maria Cristina Franco Ferraz.

Vou deixa-los com um pequeno texto de outra incrível mulher, minha Clarice Lispector:

Estou a procura de um livro para ler
E um livro todo especial
Eu imagino como a um rosto sem traços
Não lhe sei o nome, nem o autor
Quem sabe, as vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria.
Não sei.
Mas faço tantas fantasias a respeito deste livro desconhecido e já tão profundamente amado.
Uma das fantasias é assim:
eu o estaria lendo e de súbito, a uma frase nova com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de libertação:
Mas é que eu não sabia que se pode tudo.
Meu Deus.

Clarice Lispector


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Entrevista com Fauller - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

Por Paulo Victor C. Aires
(Curso Superior de Licenciatura em Teatro - Profª Mônica Marçal)


Com a idéia de fazer uma análise da dança contemporânea no estado de Ceará mais especificamente em Fortaleza, me proponho a analisar um grupo que vem se destacando por sua linguagem cênica, pela sua composição coreográfica autoral e diferenciada.

1-Como surgiu a companhia, era intenção de vocês se tornar uma?
A Cia. Dita surgiu em 2003, logo que o Colégio de Dança do Ceará foi extinto, éramos na época todos bailarinos recém formados pelo “colégio” e apenas queríamos dá continuidade ao nosso trabalho. Foi super importante criar a companhia, pois foi ela que nos manteve dançando ao longo dos anos. Na época não tínhamos muito claro essa noção de grupo que temos hoje, apenas estávamos juntos, a noção de companhia leva tempo para ser amadurecida, muitas vezes leva anos, só de três anos pra cá é que tenho consciência da responsabilidade de se ter um trabalho coletivo.
2-Enquanto pesquisa, o grupo se preocupa em investigar algo em específico?
O corpo sempre vai ser o foco, mesmo que o discurso e pesquisa estética em torno dele mude.  Em alguns trabalhos ele virá revestido de questões políticas, em outros filosóficas, em outros éticas, ou ainda tudo isso junto. Gosto de criar diálogos entre linguagens com as quais me relaciono de forma mais íntima, como a dança, a fotografia, a performance, o vídeo e o teatro, ou ainda com a literatura, que tem sido uma grande paixão nos últimos tempos.
3-Vejo no trabalho de vocês uma preocupação em forma/imagem, vejo que não se existe uma dissociação, o “assunto” se traduz objetivamente na forma, essa opção estética foi pensada ou aconteceu naturalmente?
Isso se deu desde o começo do teu trabalho como criador talvez pelo fato de amar a fotografia desde criança, aos 12, 13, já estudava sozinho fotografia, então quando comecei a coreografar sempre tinha como ponto de partida imagens fotográficas, até hoje não separo muito uma coisa da outra.
4-Na sala de ensaio como acontece a composição coreográfica, lembro da Wilemara falando que vocês improvisam durante meses, até você a partir dessa movimentação mais limpa que vai surgindo naturalmente no decorrer do tempo, fazer  escolhas de movimentação; como ocorre essa dinâmica até a  criação de uma coreografia?
Não tenho receita, posso demorar meses apenas improvisando, como posso ser super prático e já chegar a sala sabendo o que quero, sem querer perder muito tempo. Na maioria das vezes gosto de perder tempo na sala e ficar horas, dias na mesma coisa, até ela virar outra de tanto que a gente volta até ela. Mas tem uma coisa aí instintiva que me diz a hora de parar de perder tempo e resolver logo, rsrsrs.

5- Como ocorre o processo criativo de montagem de um espetáculo da companhia?
                                                                                                                       
– Sempre penso que sou um artista de poucas produções, no final da minha vida não terei muitas obras para contar a minha história, mas terei obras sólidas, que foram revisitadas muitas vezes ao longo dos anos. Gosto de criar um trabalho e ficar no mínimo três anos em cima dele, se passo menos que isso algo de errado saiu. Não gosto da idéia de montar um trabalho por ano, mudo muito os trabalhos ao longo do tempo de vida deles, de forma que quem assiste sempre percebe algo diferente, mudanças sutis, e às vezes bruscas mesmos, sou capaz de destruir todo o trabalho que a cidade inteira conhece (e gosta) e refazê-lo se acho que ele não estar mais comunicando o que eu quero, não tenho apego a obra, essa coisa de colocá-la no pedestal e ela não ser mexida. É preciso quebrar e reconstruir a obra quantas vezes for preciso, assim como é a vida.  É a única forma de a obra permanecer viva.

6-  A idéia de um "tema" surge em coletivo, ou essa é passada por você e experimentado pelo grupo?
Nunca trabalho em cima de “tema”. Artista não tem “tema” tem questões. Quando entro em um teatro e vejo um grupo desenvolvendo tema, saio de fininho.
7-Vejo que na residência você tem nos estimulado a escrever, e você disse que esse é um habito que você tem inserido nos bailarinos da Cia, você utiliza desse escrito na composição das coreografias do espetáculo? Se sim, de que forma?
Coloco os bailarinos para escrevem porque acho que nós brasileiros escrevemos pouco e  cada vez pior, talvez devido a internet, não sei.  Fico muito atento a escrita das pessoas quando leio algo, inclusive a minha, porque obviamente também acho que escrevo mal às vezes, mas fico feliz quando escrevo um bom texto, é como ter um filho, quero mostrar para todo mundo, rsrsrs. Eu acho que o pensamento precisa se organizar na escrita, como fazer grandes homens, se eles não sabem escrever, organizar o próprio pensamento¿
Fico orgulhoso dos meus bailarinos, ou dos meus alunos quando percebo que eles estão amadurecendo a escrita, que estão percebendo o mundo de outra forma, isso os leva também a outro nível de autoconhecimento.
Às vezes posso usar um texto que alguém escreve em um trabalho, mas no geral os guardo, e os revisito sempre que posso, outras vezes leio para eles anos depois.
8- Para Cia. Dita como seria uma definição de composição coreográfica?
Composição coreográfica para a Cia. Dita é algo que estar relacionado a uma construção de pensamento, pode ter movimento ou não.
Isso é difícil de definir, existem muitas formas de compor, muitos criadores e compositores, cada uma tem um jeito diferente, e nada pode ser dito como verdade absoluta, eu apenas quero dizer tudo isso aqui porque é pertinente a mim e ao nosso processo de companhia, mas nunca pode ser encarado como algo imposto, como verdade única.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Minhas máscaras



                                                     

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Queridos,

Como posso deixar vocês por tanto tempo assim...eu só posso ser mesmo uma pessoa muito má, HAHAHA.
Brincadeirinha meus amores. Estou passando aqui na verdade para dizer que em função da minha mudança de casa ainda estou sem internet, que saco!
E nos úlitmos dias estive bastante gripado, o que me deixou de cama, mas já estou me recuperando, e espero resolver a minha vida virtual na próxima semana.
Fiquei assustado quando abri hoje a minha caixa de e-mails, milhões, incrível essa ferramenta.

...mas eu sou como Simone de Beauvoir, vivo como quero, faço amor do jeito que quero, tenho amores como quero, onde quero e quando quero! HAHAHAHA
Desculpem-me, mas não podia deixar de falar isso também. O que é uma grande mentira, deliciosa de se escrever!