quarta-feira, 31 de março de 2010

Todo povo tem o herói que merece

A ação cautelar foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) após um dos participantes do reality show, Marcelo Dourado, ter feito a seguinte afirmação:"hetero não pega Aids, isso eu digo porque eu conversei com médicos e eles disseram isso. Um homem transmite para outro homem, mas uma mulher não passa para o homem". A declaração, feita no dia 2 de fevereiro, foi incluída na edição dos melhores momentos do programa e exibida em 9 de fevereiro.

Para o autor da ação, o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, ao optar pela exibição desta fala do participante, a emissora acabou "prestando um desserviço para a prevenção da Aids no Brasil".

Neste último domingo, Bial disse que "num programa sem roteiro, afirmações impensadas (dos participantes) não representam a posição da Globo." Não foi suficiente. Um esclarecimento terá de ser lido no programa.



O vírus HIV pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno, ou seja, obviamente não se trata de uma doença que pode ser passada somente de um homossexual para outro durante uma relação. Aliás, como destacou a União Federal em sua manifestação no processo, "é significativamente maior no Brasil o número de casos de homens infectados com o HIV por mulheres em relação ao número de casos de homens infectados por outros homens. Além disso, a epidemia está estabilizada entre os homossexuais e vem crescendo entre os heterossexuais".



Na decisão, o juiz destacou que o impacto da informação equivocada sobre a saúde pública brasileira é certamente muito elevado, tendo em vista a notória audiência do programa. "Há que se considerar, ainda, a condição de verdadeiras celebridades a que são alçados os participantes dos chamados reality shows sendo, por isso, de grande peso suas declarações sobre boa parte da sociedade. [...] Além disso, destaque-se que o declarante diz ter obtido as informações com médicos, o que aumenta seu potencial de convencimento".

Paulo Cezar Junior entende que a Globo tem responsabilidade no caso uma vez que as declarações foram selecionadas por ela na edição das imagens apresentadas no dia 9 de fevereiro. "O questionado nesta ação é justamente a edição feita pela ré, que incluiu declarações do participante do programa sobre a forma de se contrair o vírus HIV". Para o MPF, ao veicular tais declarações, a emissora teria deixado de fornecer informações corretas sobre as formas de transmissão do vírus HIV, atentando contra os programas de prevenção de doenças adotados pelos Poderes Públicos.





Infinito Particular 01

Meus livrinhos de receitas...meu bauzinho de memórias.
EU vou te acertar como um caminhão
Tem uma crítica sobre o meu trabalho aqui...bela merda!
Meu brinquedo favorito!
Eu e meu amor admirando o mar...
Dedo de Wagner Schwartz
Acabei de ler, é um típico livro onde o escritor tenta provar a todo momento o quanto é inteligente, citando a cada instante uma série de referências e explicando-as. Caetano, você não precisa provar, você é inteligente, por isso não seja tão chato!
Minha mesa da sala de jantar: de São Paulo a Juazeiro do Norte, de Berlim a Ouro Preto, de Cabo Verde a Paris, passando por Amsterdam, Belo Horizonte e tantas outras...

Salvo por uma barata!

Ontem fui acordado por uma barata, issso mesmo, por uma barata me picando!
Dei graças a Deus, pois naquele exato momento da noite e do meu sono profundo eu sonhava (na verdade sonhar com alguém tão desagradável trata-se de um pesadelo) com uma velha conhecida.
Além da picada, e do sonho, a coisa mais "terrible" foi não saber o que era, e ainda acordando esmaguei a bendita entre os dedos...o que me obrigou a levantar e me lavar. HAHAHAHAHA

quarta-feira, 17 de março de 2010

Canoa Quebrada (Ceará)

Esse reveillon foi inesquecível, nem o que passei em Paris anos atrás foi tão bom...como eu precisava vê o mar, ficar dias sem pensar em nada, sem ter horários, sentir que algo ainda me excita. Canoa é um lugar mágico, tão diferente de Fortaleza, eu não suporto Fortaleza, mas amo as outras cidades do Ceará, talvez porque eu não viva nelas, rsrsrs.

domingo, 14 de março de 2010

Coreógrafo em proposição de Marcelo Evelin no projeto com coreógrafos sul-americanos e europeus (Rio de Janeiro - 2007).

sábado, 13 de março de 2010

12 de Março

Hoje eu acordei ouvindo Billie Holiday, incrível pensar que ainda estou vivo, e que sobrevivi a ontem dia 12 de março sem ter vontade de morrer, mesmo assim ainda gostaria que esse dia fosse esquecido no meu calendário. Acho que por mais que tudo seja abrandado sempre será dificil 12 de março, assim como o carnaval, como o natal, como o reveillon...
Enfim, é incrível pensar em qualquer coisa depois de tudo que vivi. Não penso em nada, não há espaço, não há mais espaço dentro de mim, ainda estou lotado, cheio, transbordando, e vai demorar pra me sentir novamente apto a receber qualquer pessoa, coisa ou sentimento novo.
Hoje já é dia 13, que bom, estou vivo! Ainda que muito arranhado.Mas os arranhões se fecham e com o tempo deixam a superficie lisa de novo...as vezes só  a superficie volta a ser lisa de novo!

domingo, 7 de março de 2010

A metamorfose

Manifesto do Não

NÃO ao cabelo "estilo" moicano;
NÃO a corrente grossa de prata no pescoço;
NÃO a pochete;
NÃO ao sapato mocasim;
NÃO ao porta celular na cintura;
NÃO ao homem de sobrancelhas finas;
NÃO ao homem com luzes no cabelo;
NÃO ao forró na Hilux;
NÃO ao banho de mar, de piscina, ou de cachoeira de bermudão;
NÃO a tatuagem tribal, japonesa ou de estrela;
NÃO ao piercing no umbigo;
NÃO ao cabelo loiro na prancha;
NÃO a calça baixa "skin" com marquinha de fio dental saindo;
NÃO a calça "skin" com sandália rasteira;
NÃO a "batinha";
NÃO ao topete com gel;
NÃO ao homem com  peito, bunda e  axila depilados;
NÃO ao "Creu", "Rebolation", "Forró eletrónico" e estilos de alienação em massa;
NÃO a mulher vulgar, ou "mulherzinha";
NÃO ao homem que cospe no chão, arrota e coça o saco sem parar;
NÃO a quem é só conceito, só fala e não sabe fazer nada;
NÃO aos caras de bunda, ou cara de nada;
NÃO a burrice generalizada;
NÃO a falta de personalidade;
NÃO a quem se leva tão a sério que não consegue relaxar e falar bobagem nas horas vagas;
NÃO a quem tem medo de viver...

NÃO aos CAFUÇUS E  AS PERIGUETES...que POLUEM as paisagens urbanas
com suas formas de ser, vestir e pensar!!!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Rapte-me camaleão!

Eu só gostaria de saber a verdadeira cor dos meus cabelos...sei que a resposta está escondida em algum lugar.

quinta-feira, 4 de março de 2010


Viver e recuperar o tempo que perdi...
Andar para frente, sem ao menos olhar o que (e quem) está ficando para trás...
não, não... não mais olhar.
Para que não haja mais outra chance, nem possibilidade, nem esperança,
nem pensamento, nem boas lembranças,
e assim como Picasso: varrer com um simples espanar para debaixo do tapete.

Seguir, seguir, seguir, seguir...sempre!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Dias sem fim!

Eu desejo que Deus possa me dar uma trégua e trazer de volta um pouco de beleza pra essa vida, falo do belo como delicado, onde essa saudade seja menos devastadora. Desejo que esses dias além de ensolarados, com essa luz e esse calor sem fim, sejam também prazerosos de serem vividos. Onde eu não tenha que me consolar todas as noites, pensando:
pelo menos a minha jaula é cheia de luz!

Você quer ser uma estrela?

Um periódico alemão se pronunciou quando dancei em Berlim pela primeira vez em 2007: Fauller é o garoto da capa cintilante, sua figura não pode ser captada facilmente. O diretor de um jornal local me acusou de ser “estrela”, sim porque aqui “ser estrela” é algo que soa muito negativo, feio até. Com ambas as citações ri, apenas ri.

Desde dos meus 5 anos tenho uma idéia fixa na cabeça: ser uma estrela!

Lembro das minhas brincadeiras quando criança, e todas sempre tinham a haver com decorar textos e brincar de novela, cantar com a escova de pentear cabelo em cima do sofá, ou dançar as músicas da Xuxa e do balão mágico escondido quando estava sozinho na sala da minha casa e ouvia os cds tocando na casa da minha vizinha (minha mãe não me deixava dançar nos aniversários das crianças, acho que ela tinha medo que eu me “espalha-se”demais), eu passava todos os aniversários dos meus amigos sentado entediado, morrendo de vontade de dançar, aí já sabem, tinha mais era que virar bailarino e dançar no mundo todo, inclusive sem roupa.

Lembro que mesmo tímido, as festas no colégio se tornaram um escape, lá eu podia decorar textos, interpretar, e ler em público, eu adorava leituras em público, era uma forma de arrematar as pessoas pela minha inteligência, penso eu. Foram nos colégios por onde passei, primeiro uma escola particular, muito rígida, onde eu era pressionado de forma velada e constante a ser um aluno nota A (fui uma criança educada de forma extremamente competitiva, e acho que isso moldou o adulto que sou, ah! mimado também, então de certa forma ser competitivo me salva, me faz arregaçar as mangas ao invés de ficar chorando por mimo).

Mas voltando, além dessa escola particular, passei por outras escolas públicas onde realmente pude desenvolver minha criatividade ao máximo; eu inventava minhas roupas, meu cabelo, minha forma de aparecer dia após dia no colégio, e sempre me apresentava nas festas, naquela época eu me tornei expert em chamar a atenção das pessoas, esse desejo de ser alguém notável ainda era uma fixação. Só com 15 anos eu encontrei o teatro, nossa, que libertação, finalmente eu conhecia pessoas que pensavam diferente, podia sair na noite, ir as primeiras noitadas, ter minhas primeiras experiências sexuais e amorosas.

Estudei teatro dos 15 aos 19 anos, no entanto com 18 anos fui apresentado a dança, e lembro que foi uma experiência devastadora, já havia feito aulas de dança antes, mas só realmente em 1997 comecei a entender o que estava fazendo, só nessa época entendi que a dança seria a minha vida. No entanto, nem tudo seria flores nos anos que se seguiram, fiquei numa situação muito difícil entre 1998 e 2001, nada diferente do que muitos jovens passam quando decidem seguir de fato no mundo artístico.

Eu penso nisso direto, talvez esse seja o meu grande medo, medo de não ter dinheiro de novo pra pegar um ônibus, ou não ter dinheiro pra almoçar. Todos os dias quando acordo penso no que vou fazer pra me distanciar cada vez mais da realidade dessa época. Eu simplesmente tinha que cruzar a cidade se não quisesse pegar uma corona no sinal de transito perto da minha casa, e ai, nossa como eu odiava pegar carona, preferia muitas vezes caminhar, as vezes eu caminhava chorando, e não sabia ao certo porque estava fazendo aquilo, porque estava insistindo numa coisa que eu não sabia onde ia me levar, mas eu simplesmente precisava seguir de qualquer forma, cegamente. Eu não era nenhum príncipe, e a minha técnica como bailarino também não era das melhores, pensando bem, acho que isso me salvou, pois eu via todos aqueles bailarinos maravilhosos da minha turma no colégio de dança (escola de dança que havia no Ceará, mantida pelo governo), e eles eram todos tão bajulados pelo “mestre” por serem já técnicos, dançarem a muitos anos, e realmente eram lindos, eles eram exemplos pra mim, o que não seriam hoje, mas eu olhava e pensava: bem, eu preciso trabalhar dobrado, ler e fazer muita aula, porque essa galera é muito fera, como eu não era um queridinho, tive tempo suficiente pra observar, fui tirando um pouco daqui, um pouco dali e fazendo o meu, nos ano seguinte comecei a estudar composição coreográfica, e foi ali, em 2001 que a minha sorte começou mudar, no ano seguinte eu já estava no Rio, a experiência de sair do Ceará pela primeira vez foi devastadora, sinto-me aliviado que já tenha passado esse trauma, realmente foi traumatizante. Voltei ao Ceará disposto a mostrar a porra do crítico de dança que me levou, que eu poderia fazer algo da minha vida mesmo estando no Ceará, criei “De-vir”, mexi com a opinião das platéias por onde passei, dancei nos mais importantes teatros da Europa e nos maiores eventos de dança do Brasil.

Quando voltei ao Rio 5 anos depois já era Fauller, não precisava mais ser levado como um escravo branco. Hoje, posso dizer tenho um público que se mantém fiel aos meus trabalhos, desenvolvi colaborações com coreógrafos, cineastas, fotógrafos, posso transitar entre uma série de linguagens...e ainda assim continuo ávido, interessado, faminto pela minha própria carreira, nada mudou, não nada mudou desde os meus cinco anos, porque eu ainda tenho uma incrível desejo de fazer da minha vida algo que possa ser notado mesmo depois que eu morrer.

Às vezes sento na minha varanda, e penso que se eu tivesse nascido numa grande cidade como Paris ou Nova York, eu já seria alguém maior, mas como nasci em Fortaleza, e ainda estou em Fortaleza, as coisas vão demorar um pouco mais, mas eu vou seguindo em frente, devagar e sempre, sei que as pessoas vão ouvir falar de mim, mesmo que seja depois de morto, mas vão ouvir falar mesmo 50 anos depois, porque eu não vim a esse mundo a passeio.

Sinceramente, “ser estrela” dá muito trabalho, exige uma dose de sacrifício e de disciplina diários, você tem que ler quando não quer, ir a academia quando gostaria de ficar em casa dormindo, ou se portar de forma política quando gostaria de mandar “uns” as favas.

Mais que ser estrela, fazer o que se quer com a própria vida é algo muito poderoso nesse mundo de pessoas insanas, que a todo tempo vão onde todo mundo vai, ter opinião própria e poder pensar por si só é algo maior que qualquer brilho, status ou glamour pode te dar.

Pense,

seja autentico,

não desperdice a sua energia correndo atrás de falsas questões,

a vida é curta

e ninguém paga suas contas,

nem te coloca no colo a noite quando você tem que ser consolado.