sábado, 31 de março de 2012

  

 O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo.
                                                                                    Mario Quintana




                                                                                E é assim que eu me sinto.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Não é mais sobre o corpo, mas no corpo!


De-vir (dez anos em 2012)
foto Éden Barbosa

INC. (sete anos em 2012)
foto Hélio Creston

Essa foto é um exercício de um dos meus dois projetos 
em processo, com nome já definido, ainda 
não direi aqui, trata-se de uma instalação
multi mídia (fotografia, vídeo e performance) 
sobre afeto, pornografia e erótica.
foto Fauller (automático dez segundos).


segunda-feira, 26 de março de 2012





Não é que eu seja do contra, mas acho chato ir por onde todo mundo vai. 
Enquanto as pessoas em minha voltam falam do mesmo assunto, reproduzem formas parecidas de pensar, eu me jogo longe, procuro outras motivações.
Não quero fazer parte da roda, acho que o mundo precisa de pessoas que encontram outros caminhos, mesmo que eles sejam paralelos ao caminho que a maioria vai tomar.



quinta-feira, 22 de março de 2012

Me sinto estranho, um pouco mais estranho do que realmente sou.
Um pouco mais estranho do que de costume.
Não quero escrever nem ler,
nenhuma música me acalma.
Eu quero moda e filosofia.
Eu sou arte e política!
Ando cheio demais, acho que quero me guardar um pouco.






terça-feira, 20 de março de 2012

Joseph Sayers









Tive que postar essas fotos do Joseph Sayers, ele é um dos modelos mais belos do mundo, e conhecido também pela sua despudorada anatomia. Ele ama ficar pelado!
Estas são apenas algumas fotos de dois ensaios que amo, existem inúmeras outras dele como veio ao mundo transitando pela web.
Sorte nossa! E ele tem toda razão: o que é bonito tem que ser visto. 

Alguém discorda?




domingo, 18 de março de 2012

Um desabafo!


Dormi e acordei envolto de um incomodo como poucas vezes senti.
E nada posso fazer a não ser esperar esse tenebroso domingo passar.
O jornal mais importante do estado do Ceará publicou uma matéria sobre
a minha carreira. O que poderia ser motivo de orgulho para mim, virou motivo
de muito incomodo. Eu não me sinto de forma alguma representado nas linhas escritas (mal
escritas dessa matéria), vale frisar!
E eu nada posso fazer, jornal nas bancas, links para tudo que canto na internet, compartilhamentos dos amigos nas redes sociais, e eu aqui indignado com a circulação da minha imagem, e com a minha história que é tão bonita, contada de forma tão pobre, tão primária.
Precisamos com urgência de jornalistas que saibam escrever (transformar as suas leituras em formas polidas de vê a vida).
Precisamos de artistas que sejam de fato artistas, que tenham questões reais, suas.
E precisamos a cima de tudo de sensibilidade para captar as sutilezas da vida de outra forma!

Que o domingo passe logo e que o jornal de hoje possa logo embrulhar o peixe de amanhã.





sábado, 17 de março de 2012


Passo horas conversando com um jornalista sobre arte, política, estética e nudez.
E ele parece entender tudo, de forma clara. Até que sai a porra da matéria, e eu vejo que ele não
entendeu nada, que transformou tudo o que eu falei em merda!
Fico com um ódio quando vejo que alguém transformou o refinamento da minha fala em algo tão rude,
tão sem polimento, sabe? O pior de tudo, ainda me arranja um sobrenome, como se eu precisasse
de sobrenome pra ser artista, pra ser gente!

Há 17 anos que eu sou FAULLER,
custa pesquisar no google antes de escrever sobre mim???????????????

FODA-SE, porra de matéria sobre a minha carreira.




segunda-feira, 12 de março de 2012


Hoje é o teu aniversário, meu amor (homem do mar).
28 anos, já é um homem, te conheci ainda meio menino.



Eu queria te dar o mundo,
queria te dar a minha alegria,
toda a minha bondade, encanto
e doçura;

Queria te dar os meus lábios rosados,
o meu cu macio de macho, cheio de opinião
com seus pelos em volta;

Queria te dar o meu pau viril, cheio de nervos
que apontam a manifestação dessa alegria quase
infantil que sinto ao te ver;

Tanta coisa eu gostaria de te dar.
Mas agora... Não preciso dizer tanto.





sábado, 10 de março de 2012


Que noite ridícula, 
que ridícula é a vida. 
E eu me sinto tão ridículo às vezes 
que tenho pena de mim.

Pelo menos todas as noites eu me consolo.
Vou dormir!



Sem querer muita conversa. Estou assim.
Por isso hoje a tarde vou por os meus incríveis óculos escuros, 
um shortinho sem condição e 
vou a praia, tomar uma cerveja.
Porque hoje é sábado e eu sou filho de Deus, bebê!






sexta-feira, 9 de março de 2012


Desde ontem eu estou com uma indisponibilidade tremenda.
Hoje eu amanheci com os dois ovos virados, na garganta.
Faltam três dias para o aniversário dele, e parece que quem 
estar no inferno astral sou eu.
Que ninguém se meta a besta comigo hoje porque eu mordo!


quinta-feira, 8 de março de 2012

A difícil arte de falar e escrever bem a língua portuguesa


Como a nossa língua portuguesa é bela, rica e difícil.
Eu sou um apaixonado pela minha língua, gosto sobretudo da forma como Nós brasileiros a adaptamos (criamos a língua brasileira).
Eu que constantemente me vejo corrigindo os erros de escrita dos outros, e sou um crítico
voraz quanto a escrita de jornalistas que escrevem artigos para jornais e revistas (odeio
quando não escrevem de forma refinada, e a fazem de uma maneira mais rude), me pego
vez por outra cometendo cada 'gafe' aqui, capazes de envergonhar tanto Camões
quanto Drumont.
É uma coisa realmente difícil, cada letra tem que ser vista e revista
inúmeras vezes, e ainda assim quando volto ao texto, estão lá, vários errinhos quase imperceptíveis, pequenos até, mas capazes de causar um grande estrago nas impressões de quem lê. TERRÍVEL!
Se eu fosse voltar post por post do blog, iria acabar deletando-o inteiro, tanto por amadurecer cada vez mais a própria escrita, quanto pela provável quantidade de erros que aqui existem.
Perdoem-me a deslizadas!
E pensar que voltei aqui e imediatamente coloquei os olhos sobre a palavra "entendido" escrita "intendido", isso mesmo com 'i'.

Eu quis morrer.
TERRÍVEL, TERRÍVEL, HORROR, DEPLORÁVEL!



segunda-feira, 5 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Enfim, a emancipação masculina

O que é ser homem hoje? A boa notícia é que ninguém sabe

ELIANE BRUM

Lembro de um evento psicanalítico ocorrido em Porto Alegre, anos atrás, sobre “Masculinidade”. De repente, apareceu um engenheiro por lá, adentrando o mundo dos psis. Ele queria entender, como homem, a sua falta de lugar no mundo. Não sei se conseguiu, mas sua presença foi um belo movimento para fora do território conhecido, onde as contas já não fechavam, rumo ao insondável. Ainda tateando sobre esse tema tão fascinante, penso que a melhor notícia para todos nós é a confusão sobre o lugar do homem. Sobre isso, Laerte Coutinho, entrevistado no Roda Viva(TV Cultura) de 20/2, fez uma grande observação: os homens nunca fizeram a revolução masculina.
Para começar, quem é Laerte? Se você não ouviu falar dele, está perdendo uma revolução encarnada numa pessoa. Antes, porém, é importante sublinhar que ele talvez seja o maior cartunista brasileiro. Para mim, é um gênio. E não é uma opinião solitária. Não aquele gênio banalizado dos manuais 171 vendidos nas livrarias, mas gênio mesmo, daqueles que nasce um a cada muitos e muitos e muitos anos. Só para recordar, são dele histórias em quadrinhos como “Piratas do Tietê” e personagens como Overman, Deus e Fagundes, o Puxa-Saco. A minha vida, pelo menos, seria mais pobre se eu não pudesse ler todo dia as tirinhas do Laerte publicadas na Folha de S. Paulo.
Em 2010, Laerte passou a se vestir de mulher – publicamente. Tipo ir à padaria de saia e meia-calça. Laerte se tornou ora ele, ora ela, ele/ela no mesmo corpo e na mesma cabeça. E, desde então, não para de dar entrevistas nas quais parte dos entrevistadores tenta, com certo grau de ansiedade, encaixá-lo/a em alguma definição. A novidade, no sentido libertador do novo, mesmo, é que Laerte se coloca para além das definições. Nem acho que cross-dresser (homem que gosta de se vestir de mulher – ou vice-versa – sem necessariamente ser gay) serve para enquadrá-lo/a. Acho que todos nós ganharíamos – “héteros, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, transexuais, assexuais etc etc” – se abolíssemos a necessidade de caber em algum verbete. Seres humanos não são como aqueles jogos de montar para crianças pequenas, em que é preciso encaixar o retângulo no retângulo, o triângulo no triângulo e assim por diante. A única definição que vale a pena é justamente a indefinição. Sou aquele/a que é sem se dizer. Ou sou aquele/a que é sem precisar dizer o que é.
E essa é a novidade de Laerte, que é homem, é mulher, é masculino, é feminino e é também alguma coisa além ou aquém disso. Que se veste de mulher, mas fala e caminha como um homem. Que na infância gostava de costura e de futebol. Que vai jantar de saia e unhas vermelhas com uma namorada, mas pode também ter um namorado. Que enfia um pretinho básico sem se tornar efeminado. Que começa a entrevista de pernas cruzadas e, lá pelas tantas, se empolga e abre as pernas sem se importar que no meio delas more um pinto. Laerte é novo/a porque nos escapa. É um homem novo, mas também pode ser uma mulher nova.
Em janeiro, Laerte foi protagonista de uma polêmica ao ser repelido/a no banheiro feminino de uma pizzaria paulistana por uma cliente que se sentiu incomodada com sua ambígua figura. Surgiram então ideias esdrúxulas, como a de fazer um terceiro banheiro para os que não se enquadrariam nas definições tradicionais. Se o terceiro banheiro vingar, vou começar a frequentar os três, porque começo a achar uma afronta a exigência de que eu tenha de me definir para fazer xixi. Por agora, acho tão ultrapassado haver banheiros separados por qualquer coisa, que nem pretendo me estender nesse assunto. Era apenas para contar um pouco quem é Laerte para aqueles que ainda o/a estão perdendo. E desembarcar no tema que me interessa mais.
Eu acho que não é nada fácil ser homem hoje em dia porque não se sabe o que seja isso. Mas, se essa dificuldade fez o engenheiro do primeiro parágrafo ousar se sentar na plateia de um seminário de psicanalistas para se entender, esta é também a melhor notícia possível para um homem. A princípio, os homens nunca precisaram fazer nenhuma revolução para conquistar direitos porque supostamente tinham todos eles garantidos desde sempre. Uma posição cômoda, mas apenas na aparência. Podiam fazer o que bem entendiam. Desde que fossem “homens”. E aí é que morava – e ainda mora, em muitos casos – a prisão. Podiam tudo, desde que fossem uma coisa só.A certa altura da entrevista, ele/ela fez a seguinte observação: “Existiu a tal da revolução feminina, que é um dos marcos da humanidade. O que não aconteceu é a revolução masculina”. Laerte referia-se ao fato de que as mulheres já fizeram mil e uma rebeliões e continuam se batendo por aí. Marlene Dietrich, por exemplo, causou comoção por usar calças, mas isso em 1920! Quase um século depois, Laerte nos empapa de assombro por ir ao supermercado de saia. Isso diz alguma coisa, não?
Ser forte e competitivo; sustentar a casa e a família; ter todas as respostas, muitas certezas e nenhuma dúvida; gostar de futebol e de vale-tudo; dar tapas nas costas do colega; falar bastante de mulher, mas jamais de intimidade; nunca demonstrar sensibilidades; dar mesada para a esposa; fazer o imposto de renda; resolver o problema do encanamento... Que peso incomensurável. Era isso ser homem por muitos séculos, sem falar nas guerras. E era preciso estar satisfeito com isso porque, afinal, você estava no topo da cadeia alimentar da espécie, ia reclamar do quê?
Acontece que, hoje, nenhuma das características citadas define o que é ser um homem. Assim como nenhuma característica – tradicional ou não – define o que é ser uma mulher. Do mesmo modo que a anatomia também não é mais capaz de definir o que é ser um homem e o que é ser uma mulher. E nem a escolha da carreira ou a posição na sociedade. Se há algo que define o que é ser um homem e o que é ser uma mulher, este algo está fora das palavras. E isso é o que torna Laerte fascinante: ele se apropriou da confusão e tornou-se a indefinição.
Graças às mulheres, e também aos homens que ousaram sair do armário (e aqui não me refiro somente à orientação sexual), os homens começam a autorizar-se a vagar sem rumo por aí, cada um do seu modo. Até porque não há caminhos já trilhados para seguir, já que não é mais possível apenas refazer os passos do pai ou do avô – nem é suficiente se contrapor totalmente a eles e segui-los pelo avesso. O que há são vidas a serem inventadas.
É claro que muitos homens se arrastam pelas ruas lamentando a perda de lugar. Sem saber o que fazer da existência nem de si, alguns arrotam alto ou espancam gays na tentativa pífia de mostrar que ainda sabem o que são. Perder o lugar e confundir-se não é fácil, não é mesmo. Mas é um espaço inédito de liberdade. É possível arrancar o terno de chumbo e descobrir que pele existe embaixo dele. E faz parte estar ainda em carne viva.
Acho que os homens alcançaram, finalmente, um começo de emancipação. E espero que as mulheres tenham a grandeza de estar à altura desses novos homens que começam a surgir. E enfiem a saudade do macho provedor na lata de material reciclável. Porque há muitas mulheres que ainda suspiram de nostalgia do macho provedor, mesmo se achando modernas e liberadas. Pode até ser que esse seja um bom arranjo para alguém, mas já não há garantias. Faz parte da jornada amorosa acolher a confusão dos homens que amamos porque tudo deve ser mesmo muito novo e muito assustador para eles.
Uma amiga contava, dias atrás, que seu marido passou uns tempos arrebatado pela agente do FBI da série americana “Fringe” (ótima, aliás!). Ocorre que Olivia Dunham, a dita agente, é uma loira linda, inteligente e destemida. E ocorre que o marido da minha amiga não estava encantado no sentido erótico convencional: ele não queria transar com Olivia Dunham, mas “ser” a agente do FBI.
Os leitores com menos imaginação e ainda presos ao velho mundo pensaram nesse instante: o cara é gay. Não, ele não é. Ele pode preferir transar com mulheres – e, no caso, faz minha amiga muito feliz – e se identificar com a agente Olivia Dunham como outros se identificam com os personagens sempre “muito machos” de Sylvester Stallone ou até com o Neymar. Há espaço para tudo. E para todos. Se podemos ter fantasias infinitas, para que se limitar, seja nós o que formos? Minha amiga, que é sábia, achou muito divertido. E, assim, teve a experiência de namorar Olívia Dunham algumas vezes. Ainda não é para qualquer um/a, mas que pena que não é.
Lembram da frase mítica? “Uma terra onde os homens são homens, e as mulheres são mulheres”. Ufa, o faroeste se foi e ninguém sabe bem o que é ser homem nem o que é ser mulher nos dias de hoje. E não, os homens também não são de Vênus, nem as mulheres de Marte. Ou será que era o contrário?
Se estivermos à altura do nosso tempo, descobriremos que há infinitas possibilidades – e não uma só – de sermos seja lá o que for. Como alguém disse no twitter: “Na vida, não limite-se. Laerte-se!”.