domingo, 30 de setembro de 2012

Indo dormir pensando em como a vida é boa.
Queria que esse momento que vivo não passasse.
Queria poder suspende-lo infinitamente.  




quinta-feira, 27 de setembro de 2012


Foram dias tão intensos que eu poderia escrever esse texto degustando uma taça de vinho. Justo eu, que sempre evito beber vinho. Primeiro porque não suporto a ressaca do dia seguinte, segundo porque sempre evito lembrar do que não me faz bem.
Foi um mês tão intenso, de trabalho árduo que se eu tivesse pelo menos mais dois dias daquela forma teria um piripaque em qualquer lugar.
Me entreguei de corpo e alma ao trabalho, me joguei de cabeça, sem possibilidade de volta, ou de arrependimento. Sacrifiquei os meus domingos sagrados de pernas para o ar, as tardes cuidando do meu quintal, as horas de ócio que eu tanto aprecio.
Entrei em temporada, e entrar em cartaz é sempre uma força de ir para a guerra. Eu me preparo mesmo! Devoro tudo que vejo pela frente: livros, filmes, a inteligência dos amigos e dos críticos. Vou a academia feito um desesperado (meu personal trainer dizia: você vai ter um troço, e eu respondia: só mais um pouquinho, vamos!), e também a sala de aula: ensaios, ensaios, ensaios. Eu não vivo sem isso.
No final de todo o mês eu estava tão arrasado de cansado físico e mental. Joguei toda a minha energia nos meus espetáculos, sobrou pouca coisa. Terminei a temporada precisando de um domingo só meu, do meu quintal (que há poucos dias parecia cenário de um filme de terror, tamanho o abandono; minhas plantas caídas pelo chão, me pedindo um pouco de atenção. Fui acudir as minhas filhas, rsrs). Enfim, dois dias de descanso total, enfim ócio, horas dormindo, horas vendo as bobagens da televisão... Que coisa boa! Eu havia esquecido como é simples ser feliz, como é simples olhar a vida, sem precisar de tanto.
Mas eu simplesmente amo a audiência, e sei que logo vou querer mais, querer ficar de bobeira não é o meu forte.
Eu ando em um momento tão pleno, que acho estranho, chego a ter medo, que bobo que eu sou, medo me sentir feliz.
E aí eu olho as coisas em volta, as pessoas... Agora, faz parte da minha vida apenas o que tem que fazer, nada mais, nem um minuto, nem um fio de cabelo de quem não pode permanecer ao meu lado.
Olho para mim, e vejo que estou me tornando o artista que sempre quero ser. Eu não reproduzo discursos, não ajo pelas aparências, eu peito de frente, e para isso é preciso ter tutano, sangue frio na hora certa. Isso é cada vez mais forte no meu trabalho. Não tem meio termo, ou ama-se ou odeia-se.
Sinto um orgulho danado pelas escolhas, pelo De-vir ter sido feito quando todos diziam para eu não faze-lo, orgulho pelo INC. ter sobrevivido ao tempo, pelo L'après Midi d'un Fauller agora ser o trabalho da minha companhia preferido por algumas pessoas. Isso se chama insistência na coisa. E sinto orgulho do ainda bebê, e frágil Corpornô; ele vai crescer virar adulto porque já nasceu cheio de opinião, cheio de vontade de ser livre como o pai dele.
Eu voltei queridos!!! Para a alegria dos que me amam, e para o desespero dos que não me suportam. Eu não quero ter um milhão de amigos, eu só quero ser de verdade. Por mais feio que isso pareça.

Recebi até pedidos para não deixar de habitar o meu blog... Gargalhadas mil (fica aqui o entredito).
Agora eu não tenho mais nada a esconder.


A melhor música do mundo para corações arrebatados pelo amor.

Para os meus amores brasileiros.
A primeira música "Trenzinho Caipira" fará parte da
trilha do meu espetáculo L'après Midi d'un Fauller









quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Três textos sobre o Corpornô


Texto 01 (Rogers Sousa - Historiador)


Esse fim de semana assisti um espetáculo "Corpornô" da Cia DITA by Fauller Dandi que trás algumas reflexões na forma de pensar o corpo e a relação com a sociedade. Tratar de um tema delicado como é o sexo numa sociedade com bases romana-judaíco-cristã, onde o sexo é algo ainda proibitivo, que se encontra no espaço das alcovas, é mexer como o imaginário das pessoas, incomodá-las, chocá-las mesmo.
A arte é um discurso, e como o mestre Foucault fala, o discurso "é pensado, é planejado", é separado para atingir um objetivo, ou seja, não há ingenuidade nesse discurso, é algo pensado, é algo separado e provocativo. O Corpornô fala de liberdade, de expressões de liberdades humanas, fala daquilo que desejamos falar, de nossas experiências ditas e não ditas, fala de CORPO, de alma e do desejo de sugar a alma. Esse espetáculo não é ingênuo, tem uma finalidade, extremecer paradigmas, pois estamos no século XXI e falar de sexo é algo que nos faz rir, gracejos, proibido? Falar sobre sexo, não falo de sexualidade, sexo é um SEGREDO, numa sociedade puritana, que se reconhece pessoa de fé, temos a percepção de que somos seres que buscamos o prazer, o prazer....O PRAZER DOS "ANORMAIS", socialmente, quem expressa seu prazer, seja ele de que forma... Ou é anormal? (de novo Foucault)...Esse espetáculo é uma expressão do desejo de desejar....Será visto por muitas pessoas, e cada uma terá sua reação, sobretudo uma reação que me incomodou..."Há, por que não tem homens heteros no conjunto?" - ainda somos limitados quando se fala de sexo, não acredito que nossa sociedade o trata como algo normal, apesar de ser natural....Concluo minnhas idéias com a seguinte senteça: "SÓ ME DIRIJO ÀS PESSOAS CAPAZES DE ME ENTENDER, E ESSAS PODERÃO LER-ME SEM PERIGO". Marquês de SADE......



Texto 02 (Victor Hugo - Ator)

Não se tornou banal. Transar é uma coisa natural, como comer, cagar, peidar. É um impulso orgânico dotado de instinto. Fome é instinto, sono é instinto, tesão é instinto. Não creio que seja por termos a noção de perpetuação da espécie. Nosso corpo pede, é somente o prazer sexual. Tinha uma tia que me dizia, que temos que trepar, senão o ovo pesa, dói. Sem localizar a angústia do não sexo nos ovos, abramos para o corpo todo. Sexo é uma necessidade, gozar é uma necessidade. Sentir a pele do(s) outro(s) é necessidade.
A primeira frase que coloco é com relação ao que a Silvia Moura disse. Em nenhum momento achei banal ou vazio. Depois dos depoimentos de cada um, a primeira cena mostra um homem e uma mulher com um conjunto indumentário que me remeteu a uma condição econômica e social boa. Ele chega com o pão, em toda família acontece isso, alguém compra as coisas para a casa, era uma família normal. Até que ela derruba o homem, ensaca a sua cabeça com o saco de pão e cai de cara em seu rabo. Ali, é como se ela estivesse dominando ele. Mas não quero focar nessa relação de dominação, ou fetichista, ou o que quer que seja. Para mim, ficou claro que todos nós somos capazes de ter a nossa sexualidade da forma que bem entendermos.
O que se seguiu foi consequência deste pensamento[1], aí reside a minha discordância da Silvia, há diferença entre banal e natural.
Banal:
adj. Sem originalidade: elogios banais.
Comum, trivial, vulgar, chato.
Natural:
adj. Que se refere ou pertence à natureza.
Produzido pela natureza ou de acordo com suas leis.
Espontâneo, simples, desafetado.
s.m. e s.f. Habitante ou originário de um lugar; indígena (mais usado no plural).
S.m. Caráter, índole, inclinações de uma pessoa: o natural do homem.
loc. adv. Ao natural, conforme à natureza, à realidade, ao original: pintar alguém ao natural; sem tempero, sem preparo, servido sozinho: peixe ao natural.”

Lembro-me de um incomodo que tenho desde a adolescência. As pessoas tem uma necessidade de mostrar um puritanismo[2], muitas vezes hipócrita. Então, se sexo é uma coisa natural, do ser humano, por que tratá-lo como um demônio particular?  Talvez a Igreja Católica nos ajude a responder por que nesses, aproximadamente, 1800 de sua existência fomos obrigados a colocar a nossa sexualidade dentro de um saco de pão. Que no dia seguinte já está duro, seco e só presta para fazer torrada.



[1] Falo com relação a minha percepção, não sei se é necessário lembrar, mas o que estiver contido aqui é relacionado à mim, como se passou para mim.
[2] Refiro-me à todo comportamento controlado por algo ou alguém, mesmo que não saibamos o que ou quem.




Texto 03 (João Paulo Pinho - Ator)


Não é a pornografia que é obscena, é a fome que é obscena.
José Saramago

Deixarei de lado a badalada discussão sobre a diferença entre o erótico e o pornográfico, tão comentada durante a conversa ao final do espetáculo Corponô. Acredito que deter-me a isso seria tornar raso o universo trabalhado pela Cia Dita no experimento apresentado, restringindo o debate apenas para a questão da linguagem. E o nosso universo (como o do espetáculo) vai além do que exprime a linguagem, adentra o campo do inefável.

Corpornô traz para a cena o que trazemos no corpo desde muito cedo, o prazer sexual. Freud foi quem quebrou o mito da “infância inocente” ao estudar o prazer sexual em crianças. A teoria da sexualidade, segundo Freud, justificaria grande parte de nossos traumas e conflitos da fase adulta. O modo repressor como a sociedade, ao longo de sua história, vem tratando o tema revela o quanto ainda temos para evoluir na questão. Transpor para o palco essa problemática é sem dúvida um desafio grandioso, seja no campo do pudor social em relação ao tema, seja no campo da investigação pessoal de cada artista do trabalho, que expõe não só seu porco erótico, mais a fragilidade de toda a sociedade.

O espetáculo, que encontra-se em processo de construção, já nos revela um pouco do olhar do coreógrafo e diretor Fauller sobre o tema. O erótico e/ou pornográfico estão em função arte. A plasticidade dos corpos nus, as formas e imagens criadas transportam o espectador para o campo do desconforto. É possível assistir ao espetáculo e perceber o tema não só na postura solta e desenvolta dos bailarinos. Corpornô é também o corpo retraído do espectador que se retorce na cadeira com seu desejo incontrolável de expressar prazer. O espetáculo cede espaço para a intervenção. O corpo deseja. A mente julga.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fim de temporada!



Chegamos ontem ao fim de mais uma temporada da Cia. Dita.
Foi incrivelmente compensador, embora cansativo. Não foi fácil ensaiar, dirigir e produzir quatro espetáculos em um único mês.
Foi bacana poder comemorar os 10 anos de De-vir, poder fazer um despedida ao altura do talento do bailarino Marcelo Hortêncio.
Poder apresentar as modificações do INC. e sentir que ele agora tem um peso equivalente ao De-vir. Muitas pessoas o preferem.
Foi lindo poder me reencontrar com o projeto L'après Midi d'un Fauller, poder revisitar a Tropicália, o Manifesto Antropofágico, a Semana de Arte Moderna, Hélio Oiticica, Lygia Clark...
E por fim, neste último final de semana poder apresentar uma pequena mostra do novo trabalho CORPORNÔ, e poder sobretudo conversar com a platéia. Corpornô é um projeto ainda muito novo, em fase de amadurecimento, mas com uma potência talvez só vista no De-vir. Teatro lotado os dois dias, gente voltando... As pessoas se interessam sim, e muito, por sexo. Inclusive as que não gostam. Estavam todas lá.
Hoje eu acordei pensando em como este projeto coloca uma lupa sobre o público, isso faz com ele se reconheça, ou estranhe muito. As fragilidades de cada um aparecem, as pessoas saem querendo fuder, querendo dançar, querendo pensar, apáticas, ou putas da vida. Depende do que cada um reconhece em si como erótico, como sexual, como pornográfico. 
Corpornô é sobretudo um projeto feliz, feito por pessoas felizes, e em um momento em que me sinto muito pleno como pessoa e como artista. É nítido a liberdade que sinto ao por a mão na massa. E eu acho que quando se é infeliz, mal comido, ou mal amado, as coisas podem sair bem erradas, quero dizer, entendidas bem erradas, tive essa sensação nos dois dias apresentação, com as pessoas que mais se incomodaram. 
Mas não estou aqui para julgar a minha platéia, cada um recebe a obra como quiser, e com as referências que tem. 
Ouvi muitas pessoas, desconhecidos e amigos, recebi boas críticas, coisas que vou guardar e filtrar para o trabalho. 
E claro, que a essas alturas eu não sou mais um menino como no primeiro experimento do De-vir, agora eu tenho uma trajetória (ela tem tanto peso, ou mais do quem fala, fala, e fala), sei do que estou falando, e o Corpornô é sim muito pau, muito cu, muita buceta, é sim, quero que seja.



domingo, 23 de setembro de 2012



Hoje apresento o último dia da Mostra DE QUATRO ( formas).
Ontem a foi a pré-estréia do meu novo projeto CORPORNÔ,  e foi uma noite muito bacana, de encontro com o público. Falamos sobre o corpo, sobre nudez, sexo, erotismo, pornografia... E sobre inquietações que envolvem a criação artística. 
Me sinto feliz, muito feliz por perceber que me torno o artista que quero ser (apenas isso e nada mais vale para mim). Fico feliz em saber que não vim ao mundo em vão, para preencher as expectativas das pessoas, apenas as minhas. Não repetir discurso de ninguém é algo muito potente. E que certamente tem me tornado uma força presente nessa vida que chamo: dança!
Além de mim, no palco, outros artistas que me acompanham, e que acreditam no que tenho a dizer. Eles são tão jovens, tão talentosos, e tão fortes. Eles também estão se tornando artistas com algo a dizer. Os deixei falando o que pensam na conversa com o público, e só me enchi de orgulho do que ouvi.
Além de mim, desses jovens artistas, não posso deixar de falar da força da grande bailarina Wilemara Barros (que para mim não é só uma bailarina, é uma artista completa, por isso tem estado no palco por quase quatro décadas). 
Hoje com quase 50 anos, Wila, como gosto de chama-la, enche a cena de peso. Só ela consegue dançar um balé de repertório, ser uma respeitada professora de técnica clássica, fazer cinema, desfilar, e estar em cena nua, ou vestida com jóias chupando o meu cu ao som de Maria Callas, sem ter a sua imagem jogada na lama. Eu a vejo em cena, divido a cena com ela, e aprendo todo dia. 
Agradeço a Deus por este presente de vida!



terça-feira, 18 de setembro de 2012


Ontem eu, Wila e Lali nos encontramos.
É incrível, pode passar o tempo que for mas a 
intimidade, as bobagens que falamos juntos não 
mudam.
Nós quase morremos de rir uns dos outros.



Para o MEU homem!





segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Lendo, comendo, devorando: Sade e Bataille


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Neste final de semana em Fortaleza!

Apresentaremos INC. e uma coleção que não dará certo!







quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Das coisas que aproximam o meu olhar.




















Raio de luz sobre a minha cabeça. Bom dia!



terça-feira, 4 de setembro de 2012


Vídeo incrível do maior fotografo de moda do mundo.
Só Steven Meisel consegue reunir em um único vídeo várias coisas que amo: fetiche, glamour, dobermans, cavalos, freak, campo, tecnologia, e arquitetura de época. Morram!





segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Saudade de habitar o meu próprio blog.
Queridos, tenho andando muito ocupando produzindo e ensaiando quatro espetáculos que serão apresentados agora no mês de setembro, cada final de semana será um.
Ontem eu e minha companhia tivemos uma noite linda: teatro lotado, calor humano, risos, choros, amigos, ilustres conhecidos e gente que nunca vi (isso é tão bom, sobretudo quando é em nossa cidade: Fortaleza). Muito bom mesmo saber que 10 anos depois ainda tem gente interessada em assistir o De-vir e os demais trabalhos criamos nessa primeira década juntos.
Escrevi dois textos, e gostaria de dividir com quem possa está aí do outro lado. Um beijo!


Para Marcelo Hortêncio,


Não é todo dia que podemos comemorar 10 anos de alguma coisa. Tão pouco comemorar 10 anos trabalhando (dançando) ao lado de alguém que admiramos, que nutrimos um profundo respeito e amor. 

Quando comecei a minha trajetória no Colégio de Dança do Ceará eu o tinha como um modelo, como alguém que não poderia ser alcançado pelos meus passos desengonçados de jovem bailarino. Cresci o vendo dançar grandes balés de repertório (acho que ele dançou todos) e peças contemporâneas, curiosamente com a mesma destreza, como se nada fosse tão complicado, como pareciam para mim.

Marcelo Hortêncio é um bailarino desses que dão peso a cena, desses que entram e intimidam, entram e se comunicam com a platéia porque em si cabe mais que assombrar pela técnica: cabe dividir com o outro, tamanha a sua generosidade.
Não sei se foi sorte, mas ele acabou caindo em minhas mãos, e eu juro que pensei: e agora o que fazer com tudo isso? Como eu no desprovido da minha experiência vou lidar com esse cara? Ele vai me engolir. Medo, passageiro e fugas.
O monstro me ajudou a construir outros monstros (e matar outros tantos). Com ele eu me senti seguro: na cena, nas viagens, na noite... Bailarino, amigo, confidente...
E agora, hoje 02 de setembro, vamos dividir mais uma vez o palco, ali juntos, dançando o monstro que nos fez homens melhores e maiores, dançando o monstro que nos jogou de Fortaleza para o mundo.
Hoje, quando eu entrar em cena vou dançar para o monstro Marcelo Hortencio, me sentindo com fogo nos pés como um menino que um dia o teve como algo que não poderia ser alcançado. Ainda acho que não posso!
Hoje Marcelo fecha um ciclo conosco, fará a sua última apresentação de De-vir. Que fique claro; a casa estará sempre aberta para você.
Saber entrar e sair é para poucos, meu amigo!
Nós te amamos.



Quando apresentamos uma pequena demonstração do De-vir há exatos 10 anos fomos bombardeados por críticas negativas e chacotas. As pessoas falavam que a famosa bailarina Wilemara Barroscom seus 30 anos que carreira (na época) não poderia encerrar daquela forma. 
Como eu era muito jovem e não tinha nada construído, pensei: bem, eu não tenho nada a perder, então vou seguir fazendo o que quero (mesmo

 com um tanto de receio, claro). E segui irredutível na minha busca de fazer o meu trabalho como ele deveria ser (é importante para um artista saber onde ele quer que o seu trabalho esteja).

Hoje, quando olho para trás e vejo o percurso e a dimensão que o nosso trabalho tomou, sinto um misto de orgulho e felicidade por ter conseguido olhar para o que estava acontecendo naquele momento e ter tido maturidade de não me trair como artista.
A carreira da bailarina Wilemara Barros como vemos hoje, não acabou e está longe de acabar. Wila não é só uma bailarina, é uma artista com olhar de águia; curiosa, enxerga longe, me inspira o destemor dela em se lançar no desconhecido, ela vai transitando entre linguagens.
Comemorar 10 anos de um espetáculo no Ceará é quase um fato heroico; exige disciplina, planejamento e um bocado de sorte.
Comemorar 10 anos depois das vaias, e até do silencio é muito mais prazeroso.
Vida longa ao De-vir!