sábado, 28 de novembro de 2009

L'après midi d'un Fauller

Europeizado e/ou antropofagizado? Decalque e/ou mapa? Como ser e/ou não ser um brasileirocearense? O Pequeno Príncipe e/ou Iracema? Marcel Duchamp e/ou Zé Pinto? Deslocamentos multiculturais de resistência artística que fazem da obrapesquisa L’après midi d’un Fauller (o entardecer do Fauller) uma dança política e poética que constrói no corpo e na cena possíveis soluções coreográficas e performáticas.


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sobre De-vir

Qual é a sua relação com o seu corpo?
Qual é a sua relação com o corpo do outro?
Como você se relaciona com a sua cidade?
Que perspectivas de trabalho você estar criando para si?

Acrescentando  uma pergunta:
Que relações você estar desenvolvendo para o seu trabalho e para sua vida?

Eu coloquei estas questões para os meus alunos em  uma aula de composição coreográfica outro dia.
Por que?
Porque são questões que mobilizam a mim e ao meu trabalho hoje, seja ele qual for.
Quando criei o espetáculo "De-vir", eu tinha 23 anos, e todas as questões que me cercavam estavam meio que circulando em torno das minhas referências litérarias, sobre tudo o livro "Monstros" do pensador português José Gil, e da coletânea "Que corpo é esse?", com o passar dos anos, penso que muito dessas referências se diluíram, graças a Deus, pois agora com a maturidade do elenco (somos quatro, e três de nós estamos desde o começo), lidamos cada vez mais com estas questões, que dizem respeito as nossas trajetórias individuais.
Outro dia, enquanto via um dos meus bailarinos fazer uma variação em uma demonstração para estudantes de dança, pensava comigo mesmo no poder desse trabalho, que nasceu em meio a vaias e críticas negativas, e que hoje tem um percurso tão bem trilhado e sólido, que daqui a alguns anos, penso eu, vai existir sem precisar de nenhum de nós, nem de mim, que o criei.
Fiquei pensando no poder do trabalho e da disciplina, este trabalho tinha tudo pra não dar certo, quando falaram que a bailarina Wilemara Barros não precisava por em risco a sua brilhante carreira quase 30 anos, naquela época.
Vivo diariamente o "De-vir", e hoje penso que o trabalho tomou uma dimensão tão bacana, que só o espetáculo já não dar mais conta, o espetáculo vai se modificando lentamente, conforme vamos mudando nossas relações com nossos corpos e nossa percepção de mundo, tanto que temos apresentado ultimamente o trabalho sempre acompanhado de uma "desmontagem" ou "demonstração técnica", como preferirem, ainda não encontrei um nome pra isso. Mas com isso temos a oportunidade de uma troca maior com o público, sem mascara, sem truques, sem dar também chance de fuga, nos colocamos diante do público, e então o público se coloca diante de si mesmo, ou morre, rsrsrsrsrssr.
De-vir teve sua estréia em dezembro de 2002, como meu exercício de conclusão do Curso de Composição Coreográfica do Colégio de Dança de Ceará , na cidade de Fortaleza, de lá pra cá, fez inumeras temporadas em Fortaleza, passou por inumeras cidades no Brasil, passou pela Europa causando grande impacto por sua estética "austera  e delicada", segundo eles próprios. Está presente em livro, filme, revista e os cambau...e acredito eu, que sem prazo de validade, como a maioria dos trabalhos que criamos.

continua depois...

As borboletas de dona música (Eugênio Barba)

Acabei de assistir ao espetáculo do mestre Eugênio Barba, e confesso que foi como um oásis no meio dessa semana chata c/ clima de natal (definitivamente eu não estou pra natal, nem pra carnaval, já digo de ante-mão).
Mas voltando ao espetáculo interpretado pela atriz Júlia Varley, acho que a coisa mais bacana foi poder apreciar esse momento de ter contato com a obra do pensador que até então eu só tinha tido atráves dos livros. Quando Júlia cita o livro "A canoa de papel" foi como se eu tivesse tido um orgasmo literário, voçês me entendem? Gosto sobretudo de perceber o exercício dessa atriz, grande atriz, adoro perceber a idéia de um espetáculo como exercício, seja para o ator, para o bailarino, para o performer...
Tem sido gratificante ouvir Eugênio falando sobre coisas com as quais tive contato no inicio da minha carreira na "Escola da Arte Andanças", e que depois pude revisita-las já dentro do "Colégio de Dança do Ceará nos môdulos do Grupo LUME.
Hoje percebo todas essas informações diluídas no meu corpo, este mesmo que já é reservatório de tantas outras. E pensar que não poderei mostrar o meu trabalho a ele, por uma questão de agenda minha, é foda, adoraria poder compartinhar um pouco mais, e dizer o quanto foi enriquecedor ter o meu primeiro contato com o seu trabalho a 12 anos atrás.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

L'après midi d'un Fauller (Estréia Bienal Internacional de Dança do Ceará - 2009)

A possibilidade de ir e vir não faz de mim um cabra da peste, nem um cabra hi-tech...
a possibilidade de ir e vir me faz pensar sobre o lugar que sou e estou,
e sobre o que vem reverberando...

você sabe qual é a cor do entardecer?

Fotos Alex Hermes e Hélio Creston

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

De-vir ( 2002-2010)

Fortaleza, São Paulo, Belo Horizonte, Juazeiro do Norte, Rio de Janeiro, Vitória, Manaus, Salvador, Berlim (Alemanha), Santiago (Chile), Cidade da Praia (Cabo Verde)

Fotos Alex Hermes e Lia de Paula

DE-VIR (minha obra-prima)

Bem , iniciar meu blog com meu trabalho mais conhecido, embora esse espaço, não seja unicamente, ou essencialmente de trabalho!