terça-feira, 31 de janeiro de 2012



A vida tem caminhos estranhos, tortuosos, às vezes difíceis: um simples gesto, involuntário, pode desencadear todo um processo. Sim, existir é incompreensível e fascinante. As vezes que tentei morrer foi por não poder suportar a maravilha de estar vivo e de ter escolhido ser eu mesmo e fazer aquilo que gosto — mesmo que muitos não compreendam ou não aceitem.

- Caio Fernando de Abreu in “Cartas”


Como disse Shakespeare de forma tão bonita: “Cada um desempenha o seu papel, e o meu é triste”.

Cornelia Funke in “Coração de Tinta”


Que a sua tristeza não era o morrer. Era o não saber terminar. Se ele aprendera tanta coisa, até a posar para a fotografia. Não sabia, contudo, posar para a morte. Que palavra, que rosto preparamos para esse momento final?

Mia Couto in “A Chuva Pasmada”


Olhamo-nos, hostis e impiedosos, à maneira daqueles que deixaram de se amar.

Rubem Fonseca in “O Cobrador”




domingo, 29 de janeiro de 2012


Hoje eu e minha doce Wila tomamos café a tarde ouvindo uma série fabulosa de jazz, foi tão bonito, uma energia tão boa, parece que a gente acabou de se conhecer, lembramos bem disso quando ouvimos já no começo da noite Billie Holiday, é a cara de quando ainda estavamos começando a namorar.

Divido aqui com quem quer que tenha bom gosto e bons ouvidos algumas músicas memoráveis:



Etta nos deixou há bem pouco tempo, mas o seu legado musical a deixará ainda por muito mais tempo entre nós meros mortais, sim, porque pra mim Etta foi uma deusa sobre a terra.
E que os deuses lá em cima: Chet, Billie, Nina, Peggy, Sarah, Frank e Ella a recebam de braços abertos.



Honestamente acho a Lady Gaga um saco, mas confesso que nesse duo com o maravilhoso
Tony Bennett a voz dela soa agradável e de extremo bom gosto. Segundo um amigo: às vezes
um bom vinho ajuda a engolir a farofa. E Tony é sem dúvida um vinho de primeira.



No velho apartamento... E pensar que nós três ouvimos juntos tantas vezes a Amy, e agora ela estar morta, como o nosso amor. Que delicadeza de duo esse com o Tony Bennett!



Saudade de mim;
saudade de quem se foi;
e de quem estar distante mesmo estando perto.
Saudade do tempo que as coisas não eram tão graves,
tão decisivas em minha vida;
Saudade das pessoas da minha família que se foram
e dos amores que não voltarão.
Saudade de achar que o mundo ainda será meu;
Saudade de ontem e já dos dias que ainda virão.

Foi aqui que eu me perdi por completo, de frente pro mar, e abriu-se um abismo tão grande dentro de mim que ele inteiro poderia caber. Abismo - vazio - tua falta.

Eu sempre adorei o momento da atuação, sempre adorei a objetiva, micorfones e publico.
Qual a razão de viver, ou de ter vivido, sem tudo isso?

Queria ter vivido em outra época, menos ruidosa.

O sentido!

Preparando mais uma perversão.

Noitinha animada no Cariri.

Música maravilhosa dentro de um barco no Velho Chico (rio São Francisco).

Poucas vezes eu me diverti tanto dando uma entrevista, nada aqui era sério.

Sentir um peso de homem nas costas é bom, relaxa!

A menina Fátima, nunca te esquecerei.

Um dia incrível na África ao lado deles e dos meus colegas de trabalho da dança do Ceará.

Feliz por chegar mais uma vez em Paris, chegar naquela cidade me enche sempre de alívio e excitação.

Ensaio, roupas de ensaio, tempo difícil de viver (2008)

Eu sei que isso parece meio louco, mas às vezes eu simplesmente me visto e me comporto
como se fosse de outra época, acendo as luzes, coloco um jazz, e tiro a minha mulher pra dançar.
Ela também adora. Nós sempre nos arrumamos um para o outro.



Um pouco de suavidade para a senhora dona vida que anda tão embrutecida ultimamente.
Um pouco de conforto para um coração quebrado e um espírito inquieto.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

O Tempo e a Beleza





Eu não tenho nenhuma certeza sobre o meu futuro. E cada dia é uma nevoa.

Foi assim que o inacreditável Tom Ford me arrebatou há pouco em seu não menos
inacreditável "A Single Man". Permaneço atento ao trabalho de Tom Ford há muitos
anos, mas ele conseguiu me suspender por exata 1:30h. Seu filme é uma festa para os olhos,
cada personagem, cada ator (a incrível Julianne Moore), cada cena, o roteiro, a ambientação 60's... Às vezes a cena se constrói como um rápido fotograma, e se desfaz em segundos, noutras seu tempo torna-se lento subvertendo sua ordem natural (como por exemplo; no momento em que ele sai de casa de carro, e tudo que está em volta passa lentamente). 
O filme é para olhos iniciados, e para corações sensíveis, se você não perceber grandes coisas nele, é porque ainda não é a sua hora de vê-lo. Estude e ame mais!
Em outros momentos parece que estamos em um editorial, ou desfile de moda, e nisso Tom Ford é mestre.
"A Single Man" é sobre o belo, e para as pessoas que vivem para a beleza! Nada mais, e isso já é tanto.
Não me emocionei de fato vendo-o, mas também não queria que acabasse logo, e 1:30h parece voar.
Mas ao terminar, fiquei tão arrasado. Acho que eu quis morrer. Fiquei na cama deitado, mudo, até que Wila voltou, e ali ficamos nós dois, abraçados por um bom tempo, sem dizer nada. 
Acabei adormecendo em seus braços, quando acordei com um espasmo (sempre tenho espasmo se não estou na posição certa para dormir). Eu falei coisas que nunca tive coragem de dize-la: disse que tenho medo que ela morra e me deixe sozinho. E lhe disse ainda que sei que ela nunca me deixaria, como ele nos deixou.
Ela apenas confirmou que jamais me deixaria. Falei das coisas que tenho medo. Do medo pela perda da beleza. Sim, eu tenho medo que a nossa beleza passe, e sei que um dia ela ira. Nada me interessa mais que isso. Não tenho medo de envelhecer, apenas de ser um velho feio (sobretudo por dentro).
Quando eu morrer digam: ele viveu apenas para a beleza, nada mais!
Falei para Wila ainda do quanto temo que o tempo passe para ele, em breve muito provavelmente ele será pai, e com isso, também é bem provável que sua beleza dê lugar a um homem careca e barrigudo. Eu não o quero assim. Eu o quero agora, enquanto há vigor em seu corpo, e brilho em seus olhos, essa é a única forma de querer depois. É essa parte da vida dele que eu quero, o agora,  por isso o amo em desespero. Temo que o tempo passe. 
Wila olhou para mim incrédula. E eu apenas a disse: não me importo se amanhã você não for mais bela, pois eu já vivi com você toda a sua juventude. Mas ele... Ele não foi meu, seus dias mais iluminados foram de alguém que não o merece metade do que eu mereço. E é tão doloroso saber disso, saber que não tenho o que mereço.
Imagino o quanto todos vocês devem estar me achando um monstro. Mas não, eu não sou! Eu apenas queria viver esse tempo que a vida me reserva, de outra forma.
"A Single Man" é também um filme sobre o amor. Sobretudo um filme que faz pensar sobre o tempo de vida que temos. Tempo que corre!



O tempo destrói tudo.  



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Terceira Guerra Mundial é Virtual






São Paulo - Após um breve período de silêncio, o grupo de hackers Anonymous voltou à ativa na noite desta quinta-feira munidos de um discurso de vingança.
Pouco tempo depois do Megaupload.com ter sido retirado do ar pelo FBI, acusado de pirataria, o grupo atribuiu a si os ataques que desativaram endereços da Justiça Americana, Universal Music, Associação Cinematográfica (MPAA) e da Associação da Indústria de Gravação da América (RIAA).
O anúncio foi feito nas páginas do grupo no Twitter (@anonops e @youranonews), por volta das 19h. "O Governo derruba o #Megaupload? 15 minutos depois o #Anonymous derruba os sites do governo e das gravadoras", diz um dos tuítes. "Vocês deviam ter previsto", afirmaram em outro post.
O grupo também afirmou que a operação em curso, chamada de #OpMegaupload ou #OpPayback, é  "o maior ataque já feito alguma vez pelo Anonymous", com 5.635 participantes. Os hacktivistas estariam usando “Loic”, um programa de código aberto utilizado para ataques de negação de serviço DDoS.
E parece que a ação vai continuar -  a intenção do grupo é ir atrás do site do FBI. “Pegue pipoca… será uma noite longa e engraçada”, avisou o perfil que divulga e comemora os avanços da operação.
Fechado
O Megaupload.com, um dos dos maiores sites de compartilhamento de arquivos do mundo, saiu do ar depois que o FBI indiciou seus funcionários por pirataria. Como parte da operação, foram presos quatro executivos responsáveis pelo site, e outros três diretores do endereço serão processados.
A acusação é de que o site lesou proprietários de direitos autorais em mais de US$ 500 milhões ao abrigar contéudo pirateado como filmes e músicas. Durante a noite, a página está fora do ar e não traz nenhum aviso sobre o motivo.
Atualização às 22h50
Após 3 horas de operação, o grupo hacker Anonymous foi bem sucedido em sua ofensiva contra o site do FBI, que finalmente foi derrubado por volta das 22h50 desta quinta-feira. Por enquanto não há novos alvos anunciados.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012



O importante é que os olhos brilhem de uma forma ou de outra, 
ainda que timidamente.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Como me custa ser forte. O amor fez muito por mim, mas ironicamente ele me levou muito também. Me levou a leveza, a excitação nas outras pessoas, me levou a alegria de estar vivo. Mas uma coisa ele não conseguiu me levar: o bom gosto!
Agora a pouco enquanto eu podava as minhas plantas, ecoava no meu quintal a voz e o trompete de Chet Baker, que a minha mulher ouvia dentro de casa.
Hoje não é um dos melhores dias, e eu não sei quando será. O que quase me salva de tudo isso é o fato de eu nã ser um homem fraco, se fosse já teria dado fim na minha própria vida.
Mas o desejo de ser alguém me faz seguir.
A minha disciplina, o meu coração bom e a educação que tive são tão fortes quanto essa porra de amor, e é por isso que eu ainda estou aqui.

I AM STROOOOOONG!!!
I AM STROOOOOONG!!!
I AM STROOOOOOOOOONGGG!!!


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Arquitetura do desejo - 03 (homens largos)


Eis aqui um post sobre o maravilhoso mundo do Stretching Anal. Ou no bom português é sobre "alargamento de cu". Esta pratica bastante comum na Europa ainda encontra muita resistência aqui no Brasil, normalmente as pessoas associam a prática a algo bizarro. No entanto eu vejo apenas como mais uma possibilidade de vivermos a sexualidade em sua totalidade. 
O "Stretch" é uma prática maravilhosa que eu recomendo a todos experimentarem pelo menos de uma forma mais branda, se não for ao caso de ir ao extremo. Porém, o que me interessa mesmo, é de fato o extremo da possibilidade. Sou um praticante há anos, sempre adorei alargadores de orifícios, como não posso usar alargadores nas orelhas (tenho alergia), decidi alargar outra coisa. Esta prática quando é feita com os devidos cuidados, torna-se deliciosa, é muito gostoso tanto de se vê, quanto de sentir. 
O alargamento pode acontecer muito rápido em algumas pessoas, e mais lento em outras, depende do talento, da dedicação, e mesmo das facilidades físicas de cada um. Mulheres geralmente têm mais dificuldade, isso faz com que elas muitas vezes partam para o alargamento vaginal. O que considero igualmente excitante!
Alguns praticantes usam dildos gigantes (eu por exemplo tenho dois, eles têm circunferências parecidas com as de uma garrafa pet), outros usam uma série de objetos como garrafas de vidro (não aconselho), a própria mão (o famoso auto fisting, maravilha), e outros ainda usam um aparelho ginecológico chamado "speculum". Ah, não poderia esquecer dos tropicalistas, que adoram praticar o alargamento com pepinos, berinjelas, bananas e até laranjas, confesso que ainda sou leigo quanto a questão das frutas, kkkkkkk.
Existem muitos vídeos e fotos sobre o assunto na internet, comunidades virtuais com verdadeiros mestres, eles  são aclamados pelo grau de alargamento, quanto mais largo, mais poderoso, e mais fãs eles arrastam. Alguns chegam a reunir cerca de 5 mil adoradores, 6 mil fãs ao redor do planeta. São estrelas da arte da "Body Modification". Um luxo para poucos!

Duas observações: existem muitos homens casados com mulheres que também amam a prática, logo supomos que não trata-se apenas de uma prática reservada ao mundo gay. E eu me iniciei muito cedo no "Stretch", acredito que com uns quatorze anos, sozinho em casa.

Vamos as fotos. Tenho muitas, mas estão espalhadas em meus arquivos, então encontrei apenas estas. 










terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Vida de Arthur Scovino


É tão simples,
e ao mesmo tempo é tão sofisticado.
Vida e performance de Arthur Scovino.












Troquei mensagens esses dias com uma mestra, e ela me falou que anda lenta, resguardada. Sei bem como é isso. Me sinto assim também. Ando desconectado para escrever bons textos, para frequentar as redes e as rodas sociais, quase não ando lendo (o que me deixa um pouco irritado). Aliás me irrito fácil, passo de uma gargalhada para o tédio em poucos segundos, de vez em quando preciso deitar. Deito várias vezes ao dia, e sinto muita dificuldade para dormir. Durmo muito tarde e acordo muito cedo.
Mas aos poucos a vida vai tomando o seu rumo de novo. Ela ainda me surpreende! E justo nos dias em que estou mais cansado, a coisa me pega de surpresa, chega o email que tanto esperei, o telefonema que tanto sonhei. Sei não viu! Essa coisa de energia é séria. Às vezes a energia é tanta que a coisa não acontece. 
Ontem foi assim: escrevi aqui, me lamentei, ai dei de costas e disse que se dane, fui trabalhar, sai. Quando voltei...
Melhor deixar a vida correr como água de rio.


domingo, 8 de janeiro de 2012

É tempo de mudar as samambaias de vaso - 02

Foram dias lindos, mais uma vez lindos os dias em Canoa. É incrível como consigo me desligar de tudo ali naquela cidade. E isso é tão difícil para uma pessoa como eu, sempre plugado, sempre tão cheio de pressão por todos os lados.
Passei quatro dias de sol e mar, sem celular e sem internet, honestamente não senti a menor falta, pra que sentir falta? Eu tinha o mar, a companhia dos amigos, e do meu amor (um dos meus dois amores).
Canoa me traz  uma tranquilidade difícil de definir, mas é mais ou menos assim; toda vez que chego lá, eu me sinto bem, mesmo que eu não esteja tão bem, e quase sempre não ando nada bem (como ficar bem com uma vida feita de ausência?).
Olho para o mar, mergulho, sinto o seu cheiro, o cheiro de mar misturado a lembrança do cheiro da tua pele... escuto o reggae na beira da praia, a música eletrônica na rua principal, subo e desço as falésias com conhecimento de causa, como se fosse um nativo. Sinto um orgulho bobo e silencioso de ser cearense.
Vivo toda a dor e alegria de ser o sou, dia e noite, noite de dia de Canoa, não quero que os dias acabem, mas eles vão passando um a um, escorrendo como o sol para dentro do mar. 
Rihanna, Shakira, Jennifer Lopez, bato o meu cabelo, grito, caio de rir, me permito tudo em Canoa. Aliás, será que existe um lugar em que eu não me permita viver?
Ando de um lado para o outro com uma pequena sunga, desperto  líbidos por onde passo, rio por dentro do que o desejo é capaz. O corpo quase nu parece pegar fogo, mas não pega! 
Falta-saudade-dúvida, durante esses dias por onde você andou? Mais um reveillon em Canoa, mais um reveillon sem saber de você, mais uma volta pra casa, e a triste constatação: nenhum email, nenhuma mensagem no celular, e muitas contas a pagar. Eu queria jamais sair de Canoa, jamais dizer até breve aos amigos que voltam para a suas cidades: Juazeiro, Macapá, Paris.
Ontem eu fui a um casamento lindo em uma capelinha na beira da praia, quando os noivos saíram tocou um pequeno sino, como nessas igrejinhas de novela. Era três da tarde, eu estava emocionado depois de ter sentido tanto medo de ir a um casamento.
Logo depois seguimos estrada a fora, quilômetros e mais quilômetros de praia, como essa terra é linda, e quanto me falta ainda conhece-la melhor! Chegamos na festa, tudo tão bonito, poucos casamentos que presenciei foram tão bonitos quanto este, uma cerimonia simples em uma capela pequena (com as pessoas pessoas vestidas da forma que queriam), e uma festa triunfante, em uma casa maravilhosa com uma piscina em forma de lago no meio de um gramado que dava direto na areia da praia, ali o mar era o fundo por trás da piscina. Sentei em sua borda e fiquei ali por muito tempo, ponderando, ponderando, deixando o vento bater sobre o meu rosto, sacudindo os meus cabelos e voltando para fazer ondas. Mais uma vez eu me perdi olhando o mar. Pensando no tempo das coisas. Eu queria tanto que o mar engolisse esse amor que tenho por você. Nada ali parecia imperfeito, a não ser pela tua falta. 
Eu vestia uma roupa vintage maravilhosa: calças risca de giz, com  sapatos quadrados apropriados para uma festa em um fim de tarde, e blusa de renda azul clara. De bigode e taça de champanhe na mão, eu parecia um personagem de Felini, ou Clark Gable, se não fosse pelos meus olhos negros seria o próprio, droga! Ao fundo tocava jazz, músicas regionais (forrós pé de serra, e não eletrônico, que fique claro), e Madeleine Peyroux.
Fiquei pensando no quanto a gente sonha em vão. Tomei uma, duas, três, quatro... Acho que umas vinte ou trinta taças de champanhe, cheguei em casa as quedas, mal podia subir o batente do portão. Eu queria te esquecer te todas as formas, mas... Você insistentemente veio me visitar em sonho. Nem quando perco os sentidos eu te esqueço.
Feliz ano novo!
Feliz dias melhores, eles devem se encontrar em algum lugar perdidos a minha espera.
Quanto a você, eu não sei, eu sinto um cansaço enorme, uma sensação real de ter nadado tanto e quase ter chegado na margem do rio, mas não consegui chegar.
Não há mais o que ser feito, a nãos ser seguir. 
E é tão infinitamente triste me dá conta disso.
Eu preferia a ilusão que tive de um dia poder te ter.

Que texto chato.




Tudo se faz desnecessário nesta manhã de domingo. Nem toda a beleza do mundo, nem toda a juventude, nem o mar, nem Frank Sinatra, nem as coisas mais sofisticadas, nada, nada me basta! O que me bastaria é tão simples, e me parece agora tão silenciosamente distante.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012







Queria que tudo que isso que há dentro de mim fosse engolido pelo mar.

 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um Instante Cinematográfico


Eu estava ontem na minha academia de musculação.
Estava em um intervalo das minhas séries, olhando o
rapaz que estava na minha frente. Ele ajustava um aparelho
para usar, ao travar o aparelho, ele não se certificou se estava tudo ok.
Foi quando puxou a máquina para si com os dois punhos serrados. Ela veio com tudo,
passou raspando a cabeça dele.          Um momento de suspensão, como esses que
a gente vê no cinema. Ali enquanto ele colocou a mão sobre a cabeça, tudo parou por três segundos.
Acho que eu também deixei de respirar. Foram três segundos de achar que nada havia acontecido, a não ser o susto. 
E como em uma cena, retomada a velocidade real,             o sangue jorrou como cascata sobre o seu lindo rosto, ele parecia cristo ao fechar os olhos e encher as mãos de sangue. E eu confesso, foi lindo de se vê, poucas vezes vi uma cena tão perfeita. 
Ela jamais seria repetida com tanta perfeição em outro "take".  


Fiquei alí perdido em um misto de desespero e fascínio com tamanha beleza que a brutaidade da vida às vezes pode causar.