PUTA QUE PARIU!!!!!!!!!!!!!, ESCREVI UM TEXTO ENORME SOBRE DANÇA CONTEMPORÂNEA E APAGUEI SEM QUERER, ANTES DE POSTAR, MERDA!!!!!!

De repente, não mais que de repente, a noite virou dia (mais precisamente as 17 e pouco) e o meu sorriso amanheceu, foi banhado por um sol de brilho dourado que a muito eu não via...me ofuscou, e pela primeira vez (eu já levitando) o deixei me tocar.

De repente, não mais que de repente, o homem que já correu o mundo, que fala outras linguas, que impoe respeito, as vezes medo nas pessoas, virou criança...

...e agora o que fazer, o que pensar, como agir...será que eu posso apenas dizer Sim?

Sim é uma grande resposta, tanta coisa pode ficar entendida com um simples Sim.

Então é Sim!!!

Produto de 1ª (Berlim 2009)

Estive em Berlim pela primeira vez em janeio de 2007, dançando para uma companhia francesa (Association Fin Novenbre). Meses depois eu voltaria a aquela cidade, em que eu confesso, me sentia meio deslocado. Na verdade só quando fui lá pela terceira vez, foi que eu comecei a entender Berlim. É uma cidade bastante receptiva conosco, eles apreciam a cultura brasileira, e o melhor de tudo, se mostram bastante abertos a conhecer. É isso então, hoje me relaciono bem com Berlim, e apredi a ama-la. Tenho excelentes amigos que vivem lá.

Amor mais que discreto (Caetano veloso)

Talvez haja entre nós o mais total interdito

Mas você é bonito o bastante

Complexo o bastante

Bom o bastante

Pra tornar-se ao menos por um instante

O amante do amante

Que antes de te conhecer

Eu não cheguei a ser

Eu sou um velho

Mas somos dois meninos

Nossos destinos são mutuamente interessantes

Um instante, alguns instantes

O grande espelho

E aí a minha vida ia fazer mais sentido

E a sua talvez mais que a minha,

Talvez bem mais que a minha

Os livros, filmes, filhos ganhariam colorido

Se um dia afinal

eu chegasse a ver que você vinha

E isso é tanto que pinta no meu canto

Mas pode dispensar a fantasia

O sonho em branco e preto

Amor mais que discreto

Que é já uma alegria

Até mesmo sem ter o seu passado, seu tempo

O seu agora, seu antes, seu depois

Sem ser remotamente

Se quer imaginado

Se quer imaginado

Se quer

Por qualquer de nós dois


Segundo Caetano, essa letra é sobre um amor não realizado, ou impossível, é inspirada em “Ilusão à toa”, de Johnny Alf — que ele canta um trecho, como introdução à sua canção — que também aborda um amor secreto: “Eu acho graça do meu pensamento/A conduzir o nosso amor discreto/Sim, amor discreto pra uma só pessoa/Pois nem de leve sabes que eu te quero”.

Coando o meu café em parangolé de Hélio Oiticica

Dormi e acordei ouvindo Chet Baker, me sinto assim: melancolico, lento e triste como uma música do Chet. Acho que hoje vou resolver toda a minha vida aqui na cama. Que bom que o meu trabalho tem me obrigado a ser alguém melhor, mesmo quando não quero ser melhor, simplesmente hoje não queria ser nada, mas ainda assim meu trabalho me obriga a ser alguma coisa. Que bom mesmo! Meu trabalho tem sido a minha salvação...barriga doendo, pregada nas costelas...vou levantar e coar o meu café em um parangolé de Hélio Oiticica.

(I get along without you very well)

E agora, como posso seguir, se eu nem te apresentei essa canção com o Chet Baker?

I get along without you very well

I get along without you very well Of course I do Except when soft rains fall And drip from leaves then I recall The thrill of being sheltered in your arms Of course I do But I get along without you very well I've forgotten you just like I should Of course I have Except to hear your name Or someone's laugh that is the same But I'v forgotten you like I should What a guy, what a fool am I To think my breaking heart could kid the moonWhat's in store, should I phone once moreNo it's best that I stick to my tune I get along without you very well Of course I do Except perhaps in spring But I should never think of spring For that would surely break my heart in two Eu me viro muito bem sem você Claro que sim Exceto quando a chuva fina cai E goteja das folhas (das plantas), então me lembro A emoção de estar protegido nos seus braços Claro que sim Eu me viro muito bem sem você Eu esqueci você como deveria Claro que sim Exceto quando escuto seu nome Ou o riso de outra pessoa quando é igual (ao seu) Mas eu esqueci você como deveria Que cara! Que tolo eu sou! De pensar que meu coração quebrado poderia enganar a lua O que está para acontecer? Deveria ligar mais uma vez? Não, é melhor me manter na minha melodia Eu me viro muito bem sem você Claro que sim Exceto talvez na primavera Mas eu não deveria nunca pensar em primavera Porque isso certamente quebraria meu coração em dois

De-vir 100 mil visitas no Youtube

"De-vir" foi criado no "Colégio de Dança do Ceará" durante todo o ano de 2002. E já cercado de admiradores e inimigos, rs. Desde alguém importante do próprio "colégio" que disse que eu estava instalando a moda dos "cus expostos" ao escândalo do "Projeto Porão", quando a primeira experimentação do trabalho em público foi um grande fiasco, com todas aquelas pessoas falando mal de mim e dizendo que a bailarina Wilemara Barros no auge dos seus quase 30 anos de carreira, na época, não precisava se expor daquela forma. O tempo passou, "De-vir" tornou-se um grande sucesso, depois de quase dez anos alguem já disse que já deu o que tinha que dar, outros dizem que ele é o trabalho de dança mais importante, de maior repercussão na história da dança do Ceará (fonte jornal O Povo 17/01/2010). Eu não sei o que pensar sobre tudo isso, ou melhor, é claro que eu sei, mas prefiro pensar que hoje o De-vir não precisa de ninguém, nem de mim, hoje fico com a sensação de que se eu morrer amanhã, já existe tanta coisa a respeito dele, publicada e falada, "em torno de"... que ele vai continuar existindo. De-vir bom ou ruim, gostem ou não, É UM FATO. E eu sei da importância desse fato hoje na cena cearense, sei que para muitos ele é uma grande referência, mas acima de qualquer coisa, sei que ele é fruto de uma extrema disciplina, do meu interesse em fazer a "coisa" como eu quero que ela seja feita, gostem ou não. Sinceramente se eu considera-se todas aquelas ou qualquer outra crítica sem fundamento, não o teria feito, e certamente não iria tão longe. - De-vir trabalho de estréia da Cia. Dita em 2003, foi apresentado até o momento em Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Manaus, Vitória, Berlim, Cabo Verde, Juazeiro do norte e segue agora para o Chile. - De-vir está presente no livro A Dança Possível (Putz que livro ruim), no longa metragem "Siri-Ará", em inumeros site de vídeos pelo mundo, foi fotografado por outros mil fotografos, e visto por outras milhares de pessoas. Acho um saco essa coisa de números, mas também acho que isso é uma boa resposta as pessoas que torcem o nariz para o contéudo do meu trabalho. Eu sei exatamente aonde quero chegar, talvez não saiba onde estarei daqui a dez anos, mas uma coisa eu digo: daqui a muitos anos as pessoas ainda vão estar falando no "De-vir".

Eu e Deus?

Agora a pouco a noite, quando saia de uma palestra sobre dança e performance, fui surpeendido por um homem (um velho senhor) pedindo dinheiro para completar sua passagem para um distrito próximo de Fortaleza. Não sou de ficar ouvindo alguém que me interrompe numa roda de amigos, mas algo me fez parar e dar atenção ao velho senhor, enquanto as outras pessoas foram se afastando de nós dois, ele me olhou e disse: você precisa se fortalecer espiritualmente...minha mulher ouviu e fez questão de se retirar, e deixar o velho conversar comigo. Ele me disse que era medium, quando falei que visitei o túmulo de Alan Kardec, ele ficou estático segurando a minha mão e olhando no fundo dos meus olhos. Me disse várias coisas, e do nada se despediu, agradeceu pela atenção, e disse que ia rezar por mim...e se foi, sumiu.

Fiquei pensando na minha fé,

em Deus,

fiquei pensando onde andará a minha fé,

e Deus.

África

Cabo Verde 2010, essa viagem foi uma grande surpresa, muito especial, um turbilhão de sentimentos me invadiu, voltei outro homem. Depois daqui entendo melhor o que significa ser brasileiro, agora entendo melhor ainda qual é o meu lugar no mundo. A música, as cores, o cheiro, e acima de tudo a dignidade daquelas pessoas é algo tão particular, e tão potente, talvez por isso o resto do mundo teime em não olhar pra lá com o devido valor, pois sabemos bem que o que realmente importa, é potente, e/ou autêntico causa medo. No fundo o mundo tem medo da "Mãe África".