segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fim de temporada!



Chegamos ontem ao fim de mais uma temporada da Cia. Dita.
Foi incrivelmente compensador, embora cansativo. Não foi fácil ensaiar, dirigir e produzir quatro espetáculos em um único mês.
Foi bacana poder comemorar os 10 anos de De-vir, poder fazer um despedida ao altura do talento do bailarino Marcelo Hortêncio.
Poder apresentar as modificações do INC. e sentir que ele agora tem um peso equivalente ao De-vir. Muitas pessoas o preferem.
Foi lindo poder me reencontrar com o projeto L'après Midi d'un Fauller, poder revisitar a Tropicália, o Manifesto Antropofágico, a Semana de Arte Moderna, Hélio Oiticica, Lygia Clark...
E por fim, neste último final de semana poder apresentar uma pequena mostra do novo trabalho CORPORNÔ, e poder sobretudo conversar com a platéia. Corpornô é um projeto ainda muito novo, em fase de amadurecimento, mas com uma potência talvez só vista no De-vir. Teatro lotado os dois dias, gente voltando... As pessoas se interessam sim, e muito, por sexo. Inclusive as que não gostam. Estavam todas lá.
Hoje eu acordei pensando em como este projeto coloca uma lupa sobre o público, isso faz com ele se reconheça, ou estranhe muito. As fragilidades de cada um aparecem, as pessoas saem querendo fuder, querendo dançar, querendo pensar, apáticas, ou putas da vida. Depende do que cada um reconhece em si como erótico, como sexual, como pornográfico. 
Corpornô é sobretudo um projeto feliz, feito por pessoas felizes, e em um momento em que me sinto muito pleno como pessoa e como artista. É nítido a liberdade que sinto ao por a mão na massa. E eu acho que quando se é infeliz, mal comido, ou mal amado, as coisas podem sair bem erradas, quero dizer, entendidas bem erradas, tive essa sensação nos dois dias apresentação, com as pessoas que mais se incomodaram. 
Mas não estou aqui para julgar a minha platéia, cada um recebe a obra como quiser, e com as referências que tem. 
Ouvi muitas pessoas, desconhecidos e amigos, recebi boas críticas, coisas que vou guardar e filtrar para o trabalho. 
E claro, que a essas alturas eu não sou mais um menino como no primeiro experimento do De-vir, agora eu tenho uma trajetória (ela tem tanto peso, ou mais do quem fala, fala, e fala), sei do que estou falando, e o Corpornô é sim muito pau, muito cu, muita buceta, é sim, quero que seja.



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