terça-feira, 24 de agosto de 2010

O verdadeiro Fauller

Haroldo Fauler Freire de Freitas, leonino, ex-jogador de futebol, meu Pai.
É, esse foi o meu pai, nunca fomos realmente próximos, e talvez nunca nos amamos de verdade, vai saber! Mas de uma coisa eu não posso me queixar, meu pai sempre foi um homem presente na minha casa enquanto esteve vivo e saudável.
Lembro de uma vez quando eu era criança, estava passando na rua, chegando em casa, eu deveria ter uns 9 ou 10 anos, e um garoto da rua começou a me insultar me chamando de "viado" e dizendo que eu tinha Aids (eu era apenas uma criança), eu fiquei sem ação, mas o meu pai vinha atrás, e acabou com aquele garoto (do inferno), essa é com certeza uma das lembranças mais fortes que tenho dele, pois naquele momento me senti protegido. Lembro também dele trazendo pães e marias malucas a noite quando vinha do trabalho.
Mais tarde quando ele adoeceu e morreu, uma velha me disse com ar de maldade que ouviu alguém falando que ele morreu de desgosto de mim, por eu ser artista, por eu ser do teatro, por eu gostar também de caras. Putz, como aquilo me doeu, fiz que não entendi, mas só eu sei o que senti naquele momento, eu acho que nunca falei sobre isso com ninguém. Isso de alguma forma me colocou no chão, com os pés no chão, ser arttista, e bem sucedido, a partir daí era questão de honra. Acho que aí entendi como o mundo pode ser cruel e te distruir, se você for fraco. MAS EU NÃO, EU SOU FORTE.
E meu pai embora não tenha sido alguém por quem eu morria de amores, nunca deixou de ser presente. 
Outro dia eu deitei por volta de 18h, não estava muito bem, ventava muito, o vento assobiava na janela de forma a me impor medo, rezei e pedi para que aquela ventania levasse para longe tudo que fosse ruim, e me trouxesse algo de bom...acordei pouco tempo depois, com o quarto cheirando a flores, e a forte presença dele...isso me trouxe de imediato uma sensação de conforto e mais uma vez eu me senti protegido.   

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