sábado, 14 de agosto de 2010

Incorpore a revolta

Venho sentindo nesses últimos tempos que ser uma pessoa responsável, me trouxe muitas coisas boas. E muita dor de cabeça também. É aquela máxima, quanto mais poder, maior é a responsabilidade. E a minha vida tem sido trilhada sempre as duras penas, sempre, sempre, desde criança, eu sempre tinha que ser o aluno numero um da sala, senão era um terror em casa, nada de violência, mas sempre havia aquela chantagem emocional, quando eu não ganhava a medalha de primeiro lugar: minha vó (que eu tanto amava, linda)  e meu pai (não tão adorado assim, embora muito digno como homem e como pai), sempre falavam, esse ano você fracassou, mas no ano que vem, você recupera o seu lugar...acho que isso é a coisa que mais ecoa em mim até hoje...as vezes penso que ainda estou no colégio e que ainda preciso ganhar a medalha de primeiro lugar; e aí corro como se fosse competir, faço aula de balé, nado, vou a academia, leio, estudo, durmo tarde pensando em como será o outro dia, acordo pensando como será o dia, morro de cansaço e sempre acho que não estou rendendo o que deveria, um inferno!
Sei que isso muitas vezes me antecipou, me ajudou...mas as vezes me sinto levando todo mundo que está em volta. As vezes percebo todos lentos, todos a espera que eu resolva, e PUTA QUE PARIU, VÃO TOMAR NO CU!!!
Ontem resolvi me revoltar, fui ao cinema sozinho, tomei coca-cola, comi chocolate (nossa que delicia) coisas que passo longe, e controlo quem está por perto para não comer também (sempre que viajo com a Cia. Dita, envio email para os diretores dos festivais, ou produtores, para que eles não coloquem doces, salgados e refrigerantes para nós no camarim).
Entao, continuei minha odisséia da revolta, desliguei o meu celular, e não fui a um ensaio, pois eu achava que a Wila iria sem mim, resultado, ela também não foi e acho que todo mundo ficou esperando por nós dois.
Sei que incorporar a revolta pode parecer infantil, ou meio aborrescente, mas essa é bem diferente da que incorporava quando terminava um namoro, aos vinte anos, e saia e dava pra dez, doze caras numa só noite, essa sim era pra lascar, HAHAHAHA .
Pensando bem, acho que cada vez que eu experimento um pouco de irresponsabilidade, é como saltar de um trapézio, maaaaaas...nunca o faço sem uma rede em baixo. Eu sempre quero saltar de novo, e como saltar novamente, se não houver rede? Como teria dado de novo, se não houvessem preservativos? (embora esse salto coletivo, rsrsr, esteja definivamente fora dos meus planos).
Quando experimento viver um pouco menos regrado, percebo que as pessoas em volta de mim, se tornam mais independentes, mais espertas, e é isso que eu quero!
Essas são as revoltas pessoais, mas eu me pergunto: onde estão as revoltas coletivas de Fortaleza? Porque não tocamos fogo nos ônibus que estão em greve? Porque não nos revoltamos contra a propria Polícia do Ronda (polícia bandida), porque não quebramos todo um terminal de ônibus, ou entramos uma multidão na prefeitura da Luizianne Lins? Fortaleza é sempre tão calada, só sabe abrir a boca quando é pra falar bobagem no "se vira nos trinta" do Faustão, ou no concurso de piadas cearenses. Sinto falta de sermos muitos! E também falta de sermos um só!
Incorporar a revolta pode, é, e deve ser político também.

Então, chibata nos franceses que falam bobagens no palco sobre a nossa cidade;
Chibata nos motoristas e trocadores que fazem greves abussivas;
Chibata com gosto de gás no ladrões de celulares;
Chibata no Ronda do Quarteirão;
Chibata na prefeita Luizianne Lins...essa é que tem que levar chibata mesmo, e das grandes! HAHAHAAH


Para os queridos: Breno Caetano, Silvero Pereira e Silvia Moura.

Um comentário:

  1. CHIBATA !!!!CHIBATA!!!!!
    Chibata no lixo, Chibata na falta de dignidade, Chibata na falta de respeito,Chibata nesse monte de politico que nada fazem e só ganham dinheiro do povo!!!!!Chibata na miséria!!!!Chibata !!!Chibata!!!!!
    Viva a Chibata!!!!!
    Silvia.

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