segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Chegando de mais uma apresentação do De-vir, da turnê da minha companhia pelo Palco Giratório.
Nunca senti tanta falta da minha casa como nesses últimos dias, sinto falta das minhas plantas, do Lairton, e da minha mãe. Incrível como não consigo sentir falta da minha cidade, não tenho de fato uma grande ligação de amor com Fortaleza, apenas penso na minha casa, nada mais.
Amanhã sigo para Florianópolis, a essas alturas já passamos por Recife, Cuiabá, Porto Alegre, Vitória, São Paulo, Curitiba, Petrolina, Macéio, Belém, Uberlândia, Belo Horizonte, Joinville, neste momento estou em Jaraguá (interior de Santa Catarina), ainda temos muitas cidades pela frente.
Nós temos encontrado pessoas incríveis por todos estes lugares, acho mesmo que a melhor coisa dessa circulação são as possíbilidades de encontros, de afetos. Quando chegamos em algumas cidades em que isto não acontece, saímos esvasiados, como se não tivesse havido motivo para passar alí. Felizmente foram duas ou três cidades no máximo, em que não tivemos nada em especial para trocarmos, geralmente as platéias são calorosas, recebem bem o trabalho. Acredito que o De-vir coloca uma lupa na frente das pessoas, para que elas vejam melhor, ou melhor, prefiro pensar em um espelho, pois preciso pensar que elas possam vê a si mesmas.
Eu tenho pensado muito nos rumos que o meu trabakho anda tomando, me parece um caminho sem volta, e acho que as pessoas em volta também já perceberam isto, elas me permitem falar sobre... elas desejam que eu fale, talvez por eu falar sem rodeios, com bastante honestidade.
Tenho escrito pouco, e me encomodo bastante com isso, apenas me mantenho atento ao tempo das coisas, e alimentando, e corrigindo o meu texto do pensamento giratório: A Nudez como Proposição Estética e Política. No momento, é um texto de quatro páginas, reescrevo e reescrevo sempre que tenho um novo debate, os meninos dizem que estar cada vez maior, preciso parar, e começar a escrita dos anexos. Quem sabe vire um livro, rsrs, vou posta-lo assim que fizer todas as devidas correções.
Mas no fundo tudo tem alimentado o material que ando produzindo para o novo trabalho da companhia, tenho me alimentado da criação de muitas imagens, ainda estão todas muito soltas, só posso começar a dar cara quando voltar a sala de aula em Fortaleza, mas adianto, vou fundo, sem dó nem piedade, e os pudicos que passem longe, porque vou me dar liberdade pra criar o que bem queira, vou considerar apenas o meu desejo em fazer a coisa como ela tem de ser feita.
Gosto disso, de não me importar com as críticas, claro que penso nelas, mas quanto menos me importo, mais chance tenho de fazer como tem de ser feito.
Crio melhor quando não penso na curadoria, embora não faço nada sozinho, eu me alimento da inteligência dos meus críticos.

Ah, comprei três livrinhos antes de ontem, estava há tempos querendo-os:

Além do Bem e do Mal - Nietzsche;
O Banquete - Platão;
Manual do Líder - Napoleão Bonaparte.


Nenhum comentário:

Postar um comentário