terça-feira, 3 de maio de 2011

L'après midi d'un Fauller



Acabei de retomar esse projeto, ele teve sua estréia na Bienal Internacional de Dança do Ceará, em 2009, e de lá pra cá fiquei bastante tempo em silêncio, envolvido em questões internas da minha companhia.
O trabalho vai circular, junto com outros dois, que também assino a direção, "De-vir" e "INC."
Foi extremamente gratificante poder reapresenta-lo no último fim de semana. Havia muita expectativa em torno dele, como tudo que normalmente tem cercado o meu trabalho. E eu sei que normalmente também tenho que conviver com essa expectativa, e tentar domar coisas como a ansiedade, o medo, e tentar não pensar muito no que as pessoas esperam de mim. Senão eu fico louco, rs.
Então, voltando, foi bacana mesmo a noite de sábado, quanto ao trabalho, ele foi repensado, com muito cuidado, muita dedicação. Acho que as idéias que o tecem estão mais claras, mais limpas, e principalmente mais humanas, mais próximas do público, para mim é o que mais importa: conseguir me comunicar de forma generosa. E isso é dificil demais, é um grande exercício, diário!
Por fim, em outro post, falo melhor sobre quais são as questões do trabalho, reservarei um espaço só para isso. Adianto, o trabalho é uma obra-pesquisa-autobiográfica que se controi a partir de uma experiência de vida fora do Brasil,  é sobre me perceber melhor como cearense/brasileiro depois de ter me colocado frente a frente a uma cultura estrangeira (a francesa, sendo mais claro, daí a forte relação com o trabalho do Duchamp). Já saí do Brasil outras vezes depois disso, voltei a Europa, estive na África, e por aqui na América do Sul, mas foi aquela primeira experiência de sair, que deslocou tudo dentro de mim, o meu olhar, o meu fazer, e a minha forma pertencer ao mundo.












Fotos: Helio Creston

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