domingo, 26 de setembro de 2010

Amanhã inicio a minha nova residência, confesso que estou animado e levemente ancioso. Não gosto de dar aulas  sempre-sempre, mas amo essas residências em que posso ficar próximo as pessoas da cidade por um mês, no caso desta uma semana.
Logo mais haverá uma super festa de música eletrónica aqui na cidade com uma série de DJs suecos, muitos dos meus amigos irão, as chantagens emocionais para que eu vá também já estão a mil, mas não sei...meu senso de responsabilidade é terrível, e não gosto da idéia de ir dormir tarde hoje, ou cedo de amanhã, rsrsr.
Pedi um tempo pra pensar até as 20:00h. Vamos ver.
Hoje mudei as minhas samambaias de lugar, elas foram para outra casa, explico, vou me mudar em uma semana, sairei do meu apartamento e irei para uma casa grande e antiga; com jardim, quintal e alpendre, olha só, ainda existem casas com alpendre em Fortaleza.
Estou mesmo muito feliz, pela nova casa e por enfim deixar o meu apartamento, estava já a muitos meses procurando por uma casa que fosse do meu gosto e da Wila também. E o fato de sair do apartamento onde vivo é um alívio, mesmo ele tendo uma vista incrível, já faz tempo que essa vista já não me diz nada (de um lado os aranha-céus da cidade, do outro o pôr-do-sol entre as serras distantes).
Tenho mais uma semana dentro da casa que é o meu passado mais doloroso, era simplesmente sufocante entrar em casa e me deparar com as mesmas paredes e os mesmos movéis no lugar, como quando fui muito feliz.
Minha mulher ficava muito triste também em ver a minha infelicidade dentro dessa casa, que bom que vamos mudar, ela também estar radiante, estamos felizes com o novo lar.

Aos poucos o apartamento vai ficando vazio de movéis, já que nele minha alma não habita há tempos.
Hoje tomei banho de sol pelado enquanto cuidei do quintal, sujei as mãos de terra, mexi com o ciscador (desde criança não fazia isso), e sujei de terra meu saco caído ao ficar de cócoras, enquanto plantava uma nova muda de roseiras.   

4 comentários:

  1. "...Viver, filosofei, é carregar ruínas. Os carregadores não tinham filosofia, eram os coveiros profissionais de um certo espaço meu, de um certo tempo meu.
    Agarravam os objetos com as mãos encardidas e nodosas em gestos que não distinguiam o que cada coisa apresenta de particular. Faziam a mudança, não eram amigos, nem inimigos, de meus trastes. Não amavam aquele vaso tarde de maio em Minas depois de ter chovido um pouco (quanta pretensão nos prende ao que é nosso), como não sentiam antipatia (e as aversões criam também alianças) da bandeja que nos deram de presente.
    As vezes, paravam na faina, exibiam uma bugiganga e perguntavam com violência para mim: "Isto vai?"
    Vai, respondia com acrimônia. Vai tudo ou não vai nada. Pois em mim, como em reação aquele amor exagerado, brincava lá dentro das minhas sombras uma vontade de atear fogo naqueles objetos que me submetiam a um modesto passado e me forçavam ao compromisso de um modesto futuro.
    Atear fogo em mim. De que me adianta mudar, se carrego em mim coisas e a Coisa? Se carrego a mim mesmo? Eu - o traste mais gasto e manchado de minha vida."

    (Paulo Mendes Campos)

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  2. Tô te devendo o e-mail ainda, mas não esqueci.

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  3. Fauller, Fauller, Fauller... Menino cadê você? não Responda! Sei que anda muito ocupado, vejo seu nome por todos os cantos da cidade... Rs.

    tem um selo para você no meu blog. Depois passa lá para pegar...

    Ps: Eu lembro de você... Rs!

    Beijo.

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